Abdullah Reda al-Hamamy, suspeito de atacar soldado no museu do Louvre em 03/02/2017 (Mohamed Abd)
AFP
Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 10h43.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2017 às 10h44.
O autor do ataque contra militares no Museu do Louvre, em Paris, afirmou ser Abdullah Reda al-Hamamy, um egípcio de 29 anos, confirmando as suspeitas da polícia, informou nesta terça-feira uma fonte ligada à investigação.
Sob custódia policial no hospital, o agressor, que foi ferido a tiros por um soldado que reagiu a seu ataque com facão, recusava-se até este momento a falar com as autoridades que procuravam determinar formalmente a sua identidade.
Ele concordou na segunda-feira a responder os investigadores e "narrou sua primeira versão dos fatos", informou uma fonte judicial.
Na sexta-feira (3), o atacante, armado com dois facões de 40 centímetros, correu em direção a uma patrulha de quatro soldados gritando "Allah Akbar" (Deus é grande, em árabe).
Um primeiro soldado foi levemente ferido no couro cabeludo, enquanto um segundo tentou repelir o agressor sem usar sua arma antes de disparar, quatro vezes, ferindo-o gravemente na barriga.
O Louvre, museu mais frequentado do mundo, foi fechado após o ataque, mas reabriu no sábado.
Este ataque reviveu memórias dolorosas na França, onde uma série de ataques de extremistas islâmicos fizeram 238 mortis em 2015 e 2016, e que vive sob o regime excepcional do estado de emergência há quinze meses.
A investigação continua para determinar o passado e os motivos que levaram este jovem homem, aparentemente sem ficha criminal, formado em direito e executivo de vendas em uma empresa dos Emirados Árabes Unidos (EAU), a cometer o ataque.
Qual era o seu plano? Por que visitou a Turquia em 2015 e 2016? Agiu sozinho ou sob instruções? Estas são umas das questões que as autoridades tentam responder.
O suspeito entrou legalmente como turista na França em 26 de janeiro em um voo de Dubai, antes de se hospedar em um alojamento perto da avenida Champs-Elysées.
De acordo com uma fonte próxima à investigação, o apartamento que custou 1.700 euros foi reservado on-line em junho, bem antes do pedido de visto de turista apresentado no final de outubro, sob o nome de Hamahmy.
Nenhum grupo reivindicou o ataque e não há indícios no apartamento alugado em Paris de que ele tenha jurado lealdade a qualquer movimento jihadista.
Os investigadores, no entanto, encontraram em uma conta no Twitter em seu nome mensagens exaltadas, onde parece apoiar o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Para seu pai, um oficial da reserva da polícia egípcia, Abdullah El-Hamahmy, seu filho não demonstrou nenhum sinal de radicalização.
Ele acreditava que se tratava de uma viagem de negócios.