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Áustria defende exclusão de Grécia da reunião sobre migração

Em entrevista à imprensa, o chefe da diplomacia austríaca disse que Atenas não mostrou até agora vontade para reduzir as chegadas


	Refugiados: "Não acredito que faltem na Europa eventos conjuntos, o que falta é a vontade de reduzir o fluxo de refugiados"
 (Laszlo Balogh / Reuters)

Refugiados: "Não acredito que faltem na Europa eventos conjuntos, o que falta é a vontade de reduzir o fluxo de refugiados" (Laszlo Balogh / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 09h26.

Viena - O ministro de Relações Exteriores da Áustria, Sebastian Kurz, defendeu nesta quarta-feira a decisão de seu governo de não convidar a Grécia para uma reunião sobre a crise migratória nos Bálcãs, e acusou Atenas de não ter vontade para reduzir o fluxo de chegadas de refugiados do Oriente Médio.

"Não acredito que faltem na Europa eventos conjuntos, o que falta é a vontade de reduzir o fluxo de refugiados de maneira significativa", respondeu Kurz aos protestos da Grécia sobre sua exclusão da reunião de hoje.

Em entrevista à imprensa, o chefe da diplomacia austríaca disse que Atenas não mostrou até agora vontade para reduzir as chegadas e "só estiveram interessados em transportar os refugiados o mais rápido possível" à Macedônia.

Kurz acrescentou que a Áustria deseja uma solução europeia, mas como nenhuma está no horizonte, o país deve buscar soluções próprias que coordenará com seus parceiros regionais.

Já a ministra de Interior austríaca, Johanna Mikl-Leitner, destacou hoje, no começo da reunião, que "é importante conter o fluxo de refugiados ao longo da rota dos Bálcãs".

Em Viena estão hoje reunidos os ministros de Interior e Exteriores de Eslovênia, Croácia, Sérvia, Bósnia, Kosovo, Montenegro, Bulgária e Macedônia.

Além da Grécia, outra ausência significativa é a da União Europeia (UE), que também criticou essa reunião.

A reunião procura coordenar o atual desafio migratório, e suas conclusões serão apresentadas amanhã a reunião de ministros do Interior da UE.

A ausência da Grécia foi criticada pelo governo de Atenas como "um ato pouco amigável".

A Áustria e o resto de países da rota dos Bálcãs definiram semana passada um rígido sistema de controle para que não possa entrar na Macedônia nenhum refugiado que não tenha credenciais que provem que venha de uma zona de guerra.

Além disso, desde domingo a Macedônia nega a entrada para a grande maioria dos afegãos, que pretendem continuar sua viagem em direção ao norte da Europa.

Esta decisão, junto com um controle reforçado dos refugiados que ainda permitem entrar - sírios e iraquianos - gerou aglomerações e protestos na fronteira entre Grécia e Macedônia.

A Áustria aceita desde sexta-feira passada só 80 solicitações de asilo por dia em sua fronteira sul e um máximo de 3.200 refugiados para o trânsito rumo a Alemanha.

Esses amortecedores fizeram os outros países da rota dos Bálcãs restringirem também a chegada de refugiados, por temerem que fiquem em seu território.

Alemanha, Suécia e Áustria são os três países europeus que mais refugiados receberam até agora.

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