Asilo: "É importante que cada país ao longo da rota dos Bálcãs (usada pelos refugiados) atue de forma mais restritiva em sua fronteira" (Fabrizio Bensch / Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2016 às 12h57.
Viena - O governo da Áustria informou nesta quarta-feira que fixou os novos números de admissões de refugiados: a cada dia aceitará 80 pedidos de asilo e permitirá que entrem em seu território outras 3.200 pessoas que desejem continuar em direção a outro país europeu.
"É importante que cada país ao longo da rota dos Bálcãs (usada pelos refugiados) atue de forma mais restritiva em sua fronteira", indicou a ministra de Interior, a conservadora Johanna Mikl-Leitner.
A Áustria fixou assim um duplo limite diário à entrada de refugiados através de sua fronteira com a Eslovênia, a mais movimentada há vários meses.
Fontes do Ministério do Interior explicaram que esse número de 80 se refere aos pedidos formulados diretamente na fronteira, o que não inclui aqueles realizados em outros pontos do território austríaco.
Este sistema, que entrará em vigor nesta sexta-feira, se manterá "até novo aviso" e será revisado continuamente, precisaram as fontes de Interior.
Caso um desses dois limitess diários seja alcançado,a entrada de refugiados desde a Eslovênia será temporariamente suspensa.
A ministra reconheceu que as novas restrições podem provocar engarrafamentos na Eslovênia, a última estação da rota balcânica antes da Áustria.
Mikl-Leitner lembrou que a república alpina é um dos países da União Europeia (UE) que suporta a maior carga de recepção de refugiados, junto com Alemanha e Suécia.
Por isso, disse, enquanto não houver uma solução europeia à crise "é uma questão de bom senso proteger as fronteiras próprias".
Neste ano, a Áustria recebeu já 11 mil pedidos de asilo e anunciou que não aceitará mais de 37.500 em todo 2016, após registrar 90 mil ano passado.
O aumento dos controles fronteiriços na Áustria, que serão ampliados em mais 12 pontos fronteiriços em quatro estados federados, causou um efeito dominó ao longo da rota balcânica.
A Eslovênia já começou a devolver à Croácia os imigrantes que considera não terem direito de pedir asilo. E desse país passam à Sérvia e depois à Macedônia, na fronteira com a Grécia, por onde entrarem vindos da Turquia.