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Austrália terá 1,2 bilhão de euros para recuperar área afetada pelo fogo

Incêndios na Austrália já destruíram, desde setembro, mais de 5,5 milhões de hectares e provocaram a morte de 24 pessoas

Austrália: Forças armadas australianas observam fogo se aproximar de Cann River, em Gippsland Victoria (Photo by Private Michael Currie / Australian Department of Defence/Getty Images)

Austrália: Forças armadas australianas observam fogo se aproximar de Cann River, em Gippsland Victoria (Photo by Private Michael Currie / Australian Department of Defence/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 10h21.

Última atualização em 6 de janeiro de 2020 às 10h25.

São Paulo — A Austrália vai destinar 2 bilhões de dólares australianos (1,2 bilhão de euros) para a recuperação de áreas afetadas pelos incêndios, anunciou o primeiro-ministro Scott Morrison.

Segundo ele, o dinheiro será distribuído nos próximos dois anos e gerido por uma nova agência dedicada à a reconstrução de casas e infraestruturas danificadas.

Os incêndios na Austrália já destruíram, desde setembro, mais de 5,5 milhões de hectares, o equivalente a um país como a Dinamarca, e provocaram a morte de 24 pessoas.

O dia hoje amanheceu mais calmo, graças a uma leve chuva no território, mas o fim de semana "foi catastrófico", de acordo com as autoridades, que contabilizaram mais um morto no sábado (4) e a retirada de milhares de pessoas, além de "danos consideráveis".

"Será feito o que for preciso, custe o que custar", garantiu o primeiro-ministro em entrevista coletiva, após se reunir com a Comissão de Segurança Nacional para analisar medidas de combate aos incêndios.

Scott Morrison acrescentou que a ajuda provém do Orçamento do Estado e é independente de outros auxílios já aprovados. Destacou que se trata de um "acordo inicial" que poderá subir, se necessário, caso os danos aumentem.

"Vamos nos concentrar nos custos humanos e nos de reconstrução da vida das pessoas para garantir o melhor possível, o mais rápido possível", acrescentou.

A medida é adotada depois da decisão de convocar 3 mil militares da reserva para reforçar o combate aos incêndios e após a disponibilização de cerca de 12,5 milhões de euros para alugar quatro hidroaviões e outros meios aéreos que o primeiro-ministro anunciou no sábado, ao final de um dos piores dias da onda de incêndios.

O anúncio de Morrison, no entanto, ocorre após semanas de críticas pela falta de resposta aos incêndios, que se intensificaram no mês passado quando o primeiro-ministro decidiu ir de férias para o Havaí, no meio da crise.

Prejuízos

No momento em que a chuva dá ligeira trégua aos bombeiros, as autoridades aproveitaram para divulgar os primeiras dados sobre os prejuízos, depois de um fim de semana com temperaturas de 50º C.

O estado de Nova Gales do Sul, o mais populoso da Austrália, continua a ser o mais afetado pelos incêndios. Os bombeiros confirmam a destruição de cerca de 60 casas nos últimos dois dias e alertam que o número poderá subir para várias centenas quando todo o território for inspecionado. Além disso, estão confirmados 18 mortos e duas pessoas desaparecidas.

Em Victoria, o governo regional contabilizou 200 casas destruídas pelas chamas no fim de semana, a maioria no município de East Gippsland, que abrange a localidade de Mallacota, onde a fumaça impediu a retirada, por via aérea, de 300 pessoas cercadas pelas chamas há vários dias.

A fumaça também afeta outras cidades, como Melbourne e Camberra, onde a falta de visibilidade e a baixa qualidade do ar levaram ao fechamento de creches.

Os incêndios, considerados dos piores do século na Austrália, fizeram com que países como os Estados Unidos, o Canadá, a Nova Zelândia, Singapura e França enviassem bombeiros, helicópteros e militares para ajudar no combate ao fogo.

O primeiro-ministro australiano agradeceu, em mensagem divulgada no Twitter, "o apoio e a assistência" dados pelos "amigos internacionais" em um "momento de necessidade". Lembrou também o apoio de países do Pacífico, como Vanuatu ou Papua Nova Guiné, que ofereceram dinheiro e pessoas para auxiliar nos trabalhos.

A solidariedade com a Austrália também marcou a cerimônia dos Globos de Ouro, à qual o ator Russel Crowe faltou por "estar protegendo a família dos incêndios devastadores".

A tragédia também foi citada pelos atores Joaquin Phoenix e Cate Blanchett, atribuindo-a às alterações climáticas. Eles defenderam a necessidade de lutar contra as mudanças.

Nesse domingo, a atriz Celeste Barber anunciou no Facebook ter lançado uma campanha para ajudar os bombeiros australianos, que arrecadou, em 48 horas, 25 milhões de dólares australianos (15,5 milhões de euros) em doações de todo o mundo.

A número 1 do tênis, a australiana Ashleigh Barty, detentora do título de Roland Garros, anunciou que doará os seus ganhos no torneio de Brisbane à Cruz Vermelha, para ajudar as vítimas dos incêndios. Esse valor poderá chegar aos 250 mil dólares (cerca de 225 mil euros).

A cantora norte-americana Pink prometeu, no sábado, doar 500 mil dólares, um valor equivalente ao prometido pela atriz australiana Nicole Kidman.

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