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Austrália investiga pista animadora na busca do voo MH370

Uma segunda fonte sonora também foi localizada a 300 milhas náuticas da primeira, no Oceano Índico


	Avião da Malaysia Airways: no total, dez aviões militares, duas aeronaves civis e 13 navios realizavam buscas neste domingo
 (Getty Images)

Avião da Malaysia Airways: no total, dez aviões militares, duas aeronaves civis e 13 navios realizavam buscas neste domingo (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2014 às 14h52.

Perth - A Austrália, determinada a encontrar as caixas-pretas do voo MH370 desaparecido há quase um mês, enviou neste domingo aviões e navios para ajudar uma embarcação chinesa que captou na véspera um sinal, uma pista "importante e animadora" em um momento crítico da operação de busca.

Uma segunda fonte sonora também foi localizada a 300 milhas náuticas da primeira, no Oceano Índico, quase um mês depois do misterioso desaparecimento, no dia 8 de março, do Boeing 777 da Malaysia Airlines, um período que também corresponde à duração das baterias das caixas-pretas.

"Estamos no 30º dia de buscas e teoricamente a duração das baterias das caixas-pretas é de 30 dias", lembrou o responsável pelas operações, o ex-chefe do Estado-Maior australiano Angus Houston, em sua coletiva de imprensa diária.

Uma sonda utilizada por um navio chinês, o "Haixun 01", detectou no sábado um sinal emitido durante 90 segundos, que pode corresponder ao das caixas-pretas da aeronave. Este navio havia captado um sinal menos preciso na véspera.

"Trata-se de uma pista importante e animadora, mas peço que sejam prudentes, já que trabalhamos em um oceano imenso e dentro de uma zona de buscas muito vasta", advertiu Houston.

"As especulações e as informações não confirmadas podem provocar uma angústia terrível entre os familiares dos passageiros e não quero colocá-los sob nenhuma angústia emocional adicional nestes momentos tão difíceis", acrescentou.

O navio britânico "HMS Echo" e o australiano "Ocean Shield", ambos dotados com detectores de caixas-pretas, assim como aviões australianos, se dirigiam neste domingo ao sul do Oceano Índico, para revisar a informação fornecida pela embarcação chinesa.

- Um ruído de origem humana -

"O fato de termos detectado dois sinais, duas manifestações acústicas neste local, é suficientemente promissor para realizar uma análise completa", explicou Houston.

As caixas-pretas, equipadas com um localizador ativado embaixo d'água, são a principal esperança para encontrar os destroços do avião e descobrir as razões de seu desaparecimento e do desvio de seu trajeto inicial.

O fabricante de caixas-pretas Honeywell Aerospace confirmou que o sinal localizado (na frequência 37.5 kHz) corresponde ao que seria transmitido pela caixa-preta do voo do avião desaparecido.


Para Charitha Pattiaratchi, professora de oceanografia costeira da Universidade da Austrália Ocidental, a detecção de um sinal nesta frequência é uma notícia animadora.

"A frequência 37.5 kHz é um ruído criado pelo homem. Não existe nenhum outro ruído nesta frequência", garantiu esta especialista à AFP.

"Uma baleia, um golfinho, a chuva ou um terremoto submarino têm uma frequência completamente diferente", explicou.

No total, dez aviões militares, duas aeronaves civis e 13 navios realizavam buscas neste domingo nas remotas águas do Índico, onde acredita-se que no dia 8 de março o avião da Malaysia Airlines tenha caído, levando 239 pessoas a bordo, quando realizava o trajeto entre Kuala Lumpur e Pequim.

A busca se concentra em 216.000 quilômetros quadrados no Oceano Índico, 2.000 quilômetros a noroeste da cidade australiana de Perth.

- Difícil recuperação das caixas-pretas -

Em todo caso, se for possível localizar as caixas-pretas, as operações para recuperá-las a mais de 4.000 metros de profundidade serão extremamente difíceis, declarou Angus Houston.

As autoridades malaias acreditam que o MH370 tenha caído no Índico longe da costa ocidental australiana, depois de desviar completamente de seu rumo.

O avião decolou de Kuala Lumpur, rumo ao norte. Mas, quando estava entre Malásia e Vietnã, mudou completamente de rota em direção a oeste.

Até agora não há sinais precisos de onde caiu, razão pela qual o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, classificou a busca no vasto oceano como a "mais difícil da história da humanidade".

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