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Austrália homenageia mortos sob temor de ameaça terrorista

O premiê australiano alertou compatriotas que uma ameaça terrorista aumentou no país após a violenta tomada de reféns em cafeteria de Sydney

Fotos das vítimas do ataque ao café de Sydney, a advogada Katrina Dawson e o gerente do café, Tori Johnson (Jason Reed/Reuters)

Fotos das vítimas do ataque ao café de Sydney, a advogada Katrina Dawson e o gerente do café, Tori Johnson (Jason Reed/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2014 às 14h44.

Sydney - O primeiro-ministro australiano Tony Abbott alertou nesta terça-feira a seus compatriotas que uma ameaça terrorista aumentou no país depois da violenta tomada de reféns em uma cafeteria de Sydney, e que um atentado é provável mais ou menos em curto prazo.

O alerta foi feito durante a homenagem prestada aos dois reféns que morreram na tragédia ocorrida há uma semana na maior cidade do país.

Tori Johnson, de 34 anos, e Katrina Dawson, de 38, morreram durante o ataque policial na madrugada de 16 de dezembro na cafeteria Lindt, onde Man Haron Monis, um homem de origem iraniana e com passado violento, sequestrou 17 funcionários e fregueses.

O agressor obrigou os reféns a colocar na vitrine uma bandeira negra geralmente utilizada por grupos jihadistas.

Monis também morreu neste episódio dramático para o país. Apesar de dezenas de australianos morrerem nos atentados de 11 setembro de 2001 nos Estados Unidos e em Bali, Indonésia, em 2002 e 2005, até agora não havia acontecido nenhum ato terrorista em território nacional.

Tony Abbott insistiu que os australianos a partir de agora estão expostos a eventuais ataques.

As comunicações terroristas se intensificaram depois da tomada de reféns e é crucial que "a população redobre as precauções", declarou depois de uma reunião do conselho interministerial de segurança nacional.

"O nível de ameaça terrorista continua sendo elevado e, como podem compreender, neste nível um atentado é possível", acrescentou.

A Austrália participa junto aos Estados Unidos na luta contra o grupo Estado Islâmico e em setembro elevou o nível de alerta frente à ameaça terrorista que representam os jihadistas que voltam da Síria e do Iraque.

Apesar da condenação unânime à tomada de reféns em Sydney por parte de mais de 40 organizações muçulmanas, ocorreram incidentes contra pessoas de origem estrangeira - ou confundidas como tal -, segundo a polícia, que denunciou atos de ódio racial.

No entanto, foi dentro de um espírito de unidade nacional que o país prestou homenagem em uma missa às vítimas da tomada de reféns, ao mesmo tempo em que um exército de funcionários iniciaram a limpeza do local do sequestro.

"Em um momento mais apropriado, falaremos com as famílias envolvidas sobre a criação de um monumento permanente", afirmou o primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Mike Baird, que esteve presente na cerimônia religiosa.

Em uma mensagem de paz e em memória de seu filho, a família Johnson citou Yalal Ad-Din Rumi, poeta místico em língua persa, durante a cerimônia.

Também foi realizado ato na Universidade de Sydney para recordar outra refém morta, Katrina Dawson, uma advogada e mãe de família, na presença do primeiro-ministro australiano.

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