Países não europeus defendem a escolha de um representante de país emergente para o comando do FMI (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2011 às 11h25.
Sydney - O secretário do Tesouro da Austrália, Wayne Swan, e o ministro de Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan, rejeitaram neste domingo a manutenção da prática de nomear um europeu para o cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e pediram que a escolha seja baseada em méritos.
"A legitimidade do FMI leva tempo demais abalada pelo costume de escolher seu diretor-gerente de acordo a nacionalidade", assinalaram em comunicado conjunto os ministros, cujos países coordenam o grupo de trabalho do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) no FMI, conforme versão do jornal "Sydney Morning Herald".
"Para manter a confiança, credibilidade e legitimidade dos membros (do organismo), deve haver um processo de seleção aberto e transparente que permita a nomeação da pessoa mais competente, sem reparar a nacionalidade", diz a nota.
O FMI anunciou que nesta segunda-feira começará um processo "aberto, baseado em méritos e transparente" em busca de candidatos, que concluirá em 30 de junho com a escolha do novo diretor-gerente da instituição.
A ministra de Finanças francesa, Christine Lagarde, aparece como a candidata com maior peso para o cargo, embora China, Brasil e outros países defendem que desta vez a direção não deveria recair para um europeu.
Swan assinalou em outro comunicado que as economias emergentes cobraram muita força no panorama econômico atual e sua influência deveria levar em conta o organismo multilateral.
O posto de diretor-gerente do FMI ficou vago nesta semana depois de o francês Dominique Strauss-Kahn apresentar sua renúncia, por causa do processo aberto contra ele nos Estados Unidos por supostos delitos sexuais contra a camareira de um hotel onde estava hospedado.