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Austrália convoca 3 mil reservistas para combater incêndios

Desde o início da temporada de incêndios, em setembro, ao menos 20 pessoas morreram, dezenas estão desaparecidas e mais de 1.300 casas foram destruídas

Austrália: neste sábado são esperadas temperaturas acima dos 40º C (AAP Image/Dean Lewins/Reuters)

Austrália: neste sábado são esperadas temperaturas acima dos 40º C (AAP Image/Dean Lewins/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de janeiro de 2020 às 09h58.

A Austrália convocou 3 mil reservistas das Forças Armadas para combater os incêndios florestais que devastam o país, anunciou neste sábado (4), o primeiro-ministro Scott Morrison.

"Esta decisão permite ter mais homens no terreno, mais aviões no ar e mais barcos no mar", declarou Morrison, criticado pelo modo como administrou a crise dos incêndios em seu início, em setembro.

Morrison também designou um general de duas estrelas para supervisionar a ação das Forças Armadas e enviou o HMAS Adelaide, um porta-helicópteros, para auxiliar no combate aos incêndios.

Os militares australianos já auxiliam há meses os bombeiros, com reconhecimento aéreo, cartografia, logística, apoio aéreo e na busca e resgate.

Antes da convocação dos reservistas cerca de 2 mil militares já atuavam contra as chamas.

"O governo não tomou esta decisão sem refletir", destacou a ministra da Defesa, Marise Payne.

"Precisamos lembrar que esta é a primeira vez que se convoca um número tão grande de reservistas", disse Payne.

Um número limitado de reservistas já havia sido convocado para combater as chamas em Queensland.

Milhares de pessoas foram retiradas de suas casas neste sábado no sudeste do país, diante da perspectiva do agravamento das condições meteorológicas e do avanço dos incêndios florestais.

O estado de emergência foi declarado no sudeste do país, a região mais populosa, onde na sexta-feira mais de 100 mil pessoas receberam ordens de evacuação, em três estados.

"Hoje trata-se de salvar vidas", disse a primeira-ministra de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian.

"Literalmente, vimos sair dezenas de milhares de pessoas", contou o chefe dos bombeiros do estado de Nova Gales do Sul, Shane Fitzsimmons.

Os turistas e habitantes do sudeste se lançaram às estradas que ligam as cidades costeiras a Sidney e outras localidades importantes, gerando grandes engarrafamentos.

O ministro dos Transportes do estado de Nova Gales do Sul, Andrew Constance, considera esta a "operação de retirada mais importante da história da região".

Ao norte da cidade de Nowra, as famílias esperavam em veículos que praticamente não avançavam pelas estradas.
Aviões militares lançaram alimentos em áreas isoladas.

O primeiro-ministro de Victoria, Dan Andrews, anunciou que as autoridades também disponibilizaram água, equipamentos de emergência e telefones por satélite.

"Este sábado promete ser um dia longo e difícil", avaliou Fitzsimmons.

São esperadas temperaturas acima dos 40° C e fortes ventos, que poderão avivar centenas de incêndios florestais, a maioria fora de controle.

"As condições meteorológicas serão neste sábado idênticas ou até piores que as registradas no Natal", advertiu Jonathan How, do serviço meteorológico australiano.

"Os ventos do oeste - fortes e secos - avivarão os incêndios atuais, ameaçando populações que já sofreram uma devastação generalizada".

Desde o início da temporada de incêndios, em setembro, ao menos 20 pessoas morreram, dezenas estão desaparecidas e mais de 1.300 casas foram destruídas.

Os incêndios também foram fatais para a vida silvestre e destruíram quase todo o parque nacional de Flinders Chase, em Kangaroo Island, que abriga os cangurus e coalas.

"Haverá perdas muito importantes para a vida silvestre na ilha", lamentou o primeiro-ministro do estado da Austrália Meridional, Steven Marshall.

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