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Austeridade é discutida em cúpula da UE sobre emprego

François Hollande quer reavivar o debate sobre a austeridade depois da divulgação dos últimos indicadores econômicos, com resultados desastrosos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 15h46.

Milão - A conferência europeia sobre o emprego foi aberta nesta quarta-feira em Milão com um debate político sobre a situação econômica do continente, em meio a divergências entre países da UE sobre a austeridade.

A conferência foi iniciada pela manhã com uma reunião de chefes das agências públicas europeias para o emprego, seguido por um almoço dos ministros europeus do Trabalho.

No início da tarde chegaram ao encontro o presidente francês, François Hollande, e os chefes de governo da Espanha, Mariano Rajoy, e da Alemanha, Angela Merkel, além do italiano Matteo Renzi.

"É preciso ajustar o ritmo das políticas orçamentárias ao desafio do crescimento. Hoje em dia, o crescimento está ameaçado e por isso temos que abordar essa questão, porque afeta a todos nós", adiantou Hollande à imprensa ao chegar à capital financeira da Itália.

"Se todo mundo se dedica a aplicar medidas de austeridade, o que não fazemos na França, será registrada uma queda maior do crescimento", advertiu o presidente francês.

Hollande quer reavivar o debate sobre a austeridade depois da divulgação dos últimos indicadores econômicos, com resultados desastrosos.

A produção industrial alemã, motor da maior economia do Velho Continente, sofreu um recuo pela primeira vez em cinco anos.

A cúpula informal sobre o emprego, com o objetivo de estabelecer medidas contra o alto desemprego juvenil em vários países, está se tornando "um encontro político sobre a situação econômica", como era desejado pelo chefe de governo italiano.

A reunião pode, segundo os analistas, ser cenário de um debate entre os dirigentes favoráveis ao rigor orçamentário e os que defendem as políticas econômicas de reativação.

A ministra espanhola de Trabalho, Fatima Banez, afirmou que seu país pretende conseguir na cúpula maiores compromissos para o financiamento de projetos de ajuda ao emprego juvenil, como o programa europeu "Garantia Juvenil", para orientar as gerações com menos de 30 anos a encontrar emprego ou uma formação adequada.

Renzi considera que, para encarar "a emergência das emergências", como classifica o desemprego juvenil, é necessário impulsionar o crescimento econômico e os investimentos.

O número de desempregados na Europa alcança um patamar recorde, sobretudo entre os jovens, um fenômeno que afeta uma geração inteira que não estuda nem trabalha.

Renzi aproveitará a ocasião para informar a seus colegas da UE sobre o seu "Jobs Act", sua reforma trabalhista, que deve ser votada pelo parlamento nesta quarta-feira, apesar da oposição de um setor de seu próprio partido e do maior sindicato do país.

Plano multimilionário de investimento

A Nova Comissão Europeia, dirigida por Jean-Claude Juncker, anunciou sua disposição de implementar um plano de investimentos no montante de 300 bilhões de euros durante os próximos três anos, para lutar particularmente contra o desemprego.

No conjunto da União Europeia, o desemprego alcançou 10,1% em agosto, isto é, 24,642 milhões de pessoas, segundo a Eurostat.

A Grécia registrou a maior taxa de desemprego, 27%, seguida pela Espanha, com 24,4%.

O desemprego dos jovens menores de 25 anos foi de 23,3% na zona do euro. A Alemanha, a Áustria e a Holanda registraram, nessa ordem, as menores taxas, inferiores a 10,1%, enquanto que a Espanha (53,7%), a Grécia (51,5%) e a Itália (44,2%) encabeçam a lista com as maiores taxas.

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