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Ausência de Chávez pode levar à instabilidade interna

Segundo especialistas, risco é gerado pela inflação elevada, pela ausência de produtos nos supermercados e pela pressão pela manutenção de subsídios sociais


	Presidente venezuelano, Hugo Chávez
 (AFP)

Presidente venezuelano, Hugo Chávez (AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2012 às 11h24.

Brasília – A eventual ausência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é uma ameaça à estabilidade interna, segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil. Os professores Antônio Jorge Ramalho da Rocha e Alcides Jorge Costa, do Departamento de Relações Exteriores da Universidade de Brasília (UnB), dizem que o risco é gerado pela inflação elevada, pela ausência de produtos nos supermercados e pela pressão pela manutenção de subsídios sociais.

Ramalho chama a possibilidade de instabilidade interna de “convulsão social”. “Há risco de revoltas populares, lideradas por pequenos grupos, que reclamam pelo acesso a alguns produtos e também pela manutenção dos subsídios sociais. O presidente Chávez tem conseguido manter os subsídios, mas essa situação não se sustenta por muito tempo”, destacou.

Costa concorda com Ramalho e lembra que atualmente a Venezuela vive um “cenário delicado”, pois o quadro é de transição política associada à necessidade de estabilização econômica e expectativas de demandas sociais. “são vários pressupostos que devem ser considerados. Mas há uma ameaça, sim, de instabilidade interna”, disse.

No poder desde 1999, Chávez executa uma intensa política social sustentada com os recursos do petróleo. A pobreza, entretanto, ainda é um desafio para o governo. Durante a campanha, o presidente prometeu não só manter como aplicar os programas sociais. Em 2005 e 2006, ele foi escolhido entre as 100 personalidades mais influentes do mundo pela revista britânica The Time.

No ano passado, Chávez foi diagnosticado com um câncer na região pélvica. Ele se tratou, a maior parte do tempo, em Havana, Cuba, mantendo os detalhes em sigilo. Há uma semana, Chávez confirmou o reaparecimento do câncer e foi submetido a uma nova cirurgia. Essa foi a quarta operação em 18 meses.

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