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Aung San Suu Kyi está disposta a governar Mianmar no futuro

Com esta visita de Aung San Suu Kyi, na última etapa de sua viagem europeia, a França quer manifestar seu apoio à reconstrução de Mianmar

Aung San Suu Kyi em Sorbonne: a Prêmio Nobel da Paz fez algumas propostas para tentar conseguir condições iguais para o investimento estrangeiro em Mianmar (©AFP / Thomas Samson)

Aung San Suu Kyi em Sorbonne: a Prêmio Nobel da Paz fez algumas propostas para tentar conseguir condições iguais para o investimento estrangeiro em Mianmar (©AFP / Thomas Samson)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2012 às 17h18.

Paris - A opositora birmanesa e Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, afirmou nesta quinta-feira à AFP, em Paris, que está disposta a governar seu país no futuro, mas esclareceu que prefere se concentrar no presente, faltando três anos para as legislativas de 2015.

"Acho que todos os líderes de partido têm de se preparar para esta eventualidade, se acreditam de verdade no processo democrático", respondeu, ao ser questionada se estava preparada para dirigir seu país algum dia.

"Mas não se trata de algo que eu esteja pensando o tempo todo. Na realidade, acho que a pessoa deve se concentrar no trabalho atual e, obviamente, preparar o futuro. O presente tem de estar relacionado com as esperanças da pessoa para o futuro", afirmou ainda. "Não podemos esperar até 2015 para ver como ocorrem as coisas".

Na terça-feira, a Nobel da Paz foi recebida pelo presidente francês, François Hollande, que manifestou apoio à transição democrática em Mianmar. Ela pediu na ocasião que as empresas ocidentais invistam em seu país para reforçar a democracia.

A Prêmio Nobel da Paz chegou a Paris em um trem procedente de Londres. Pouco depois, foi recebida no Palácio do Eliseu, com direito a tapete vermelho, uma honra normalmente reservada aos chefes de Estado.

Com esta visita de Aung San Suu Kyi, na última etapa de sua viagem europeia, a França quer manifestar seu apoio e também a disponibilidade de suas empresas para participar da reconstrução do país, depois de décadas de ditadura militar.


"Muitas pessoas, de diferentes partes do mundo, parecem estar atentas aos problemas que tivemos em Mianmar", considerou. "Senti solidariedade conosco. Foi uma surpresa", acrescentou.

Reconhecendo estar cansada depois da intensa viagem de duas semanas que fez, afirmou: "É muito estressante. Quando as pessoas me fazem perguntas sobre todos os sacrifícios que fiz, sempre tenho a tentação de dizer que o que mais sacrifiquei foi o sono".

No plano comercial, a Prêmio Nobel da Paz fez algumas propostas para tentar conseguir condições iguais para o investimento estrangeiro em Mianmar, que conta com importantes recursos naturais.

"Sendo investimentos chineses ou ocidentais, é preciso haver códigos de boas práticas para garantir que esses investimentos sejam tão proveitosos para nosso povo como são para os investidores", indicou Aung San Suu Kyi.

"Nos interessa muito que sejam firmados códigos de boas práticas nos negócios, em particular no que se refere às indústrias de extração, que tendem ser as mais controversas de todas", enfatizou.

O presidente de Mianmar Thein Sein, um ex-general, espera obter a anulação das sanções da União Europeia (UE), atualmente suspensas.

"Prefiro esta do que a suspensão total das sanções, é uma maneira de enfatizar que a União Europeia deseja apoiar o processo democrático, mas com a consciência de que ainda é possível haver um retrocesso", disse Aung San Suu Kyi na quarta-feira.

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