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Aumenta pressão internacional por uma trégua entre Israel e Hamas em Gaza

Exército israelense realiza há dez meses uma devastadora ofensiva de retaliação no terristório palestino

Bombardeio israelense em Gaza em maio deste ano (AFP/Getty Images)

Bombardeio israelense em Gaza em maio deste ano (AFP/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 15h42.

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A pressão internacional por um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza aumentou nesta segunda-feira, 12, um dia após o movimento islamista pedir a implementação do plano de trégua do presidente dos EUA, Joe Biden.

França, Alemanha e Reino Unido afirmaram, nesta segunda, que "não pode haver mais demora" nas negociações para uma trégua no território palestino, onde o Exército israelense realiza há dez meses uma devastadora ofensiva de retaliação, em resposta a uma incursão letal de milicianos islamistas ao sul de Israel em 7 de outubro.

"Os combates têm que cessar imediatamente", afirmaram os líderes dos três países em uma declaração conjunta, na qual pediram também a libertação dos reféns capturados pelo Hamas no dia do ataque.

Os países mediadores, Estados Unidos, Egito e Catar, pediram a retomada das negociações indiretas sobre uma trégua associada à libertação dos reféns a partir de 15 de agosto.

Israel confirmou, nesta segunda-feira, que participará das conversas. O objetivo é "finalizar os detalhes da aplicação do acordo-quadro", declarou o porta-voz do governo israelense, David Mencer.

Essas conversas têm como base o plano que o presidente Joe Biden apresentou no final de maio, que prevê, em uma primeira fase, uma trégua de seis semanas e a retirada israelense das áreas densamente povoadas de Gaza, além de uma troca de reféns por prisioneiros palestinos detidos em Israel.

O Hamas pediu no domingo aos mediadores que "apresentassem um roteiro" para "aplicar" o plano de Biden e "as resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

Continuar negociando significa "dar cobertura" aos bombardeios israelenses, acrescentou o movimento islamista.

"Período de alerta"

Após o ataque de 7 de outubro, Israel prometeu destruir o Hamas, que governa Gaza desde 2007 e é considerado uma organização terrorista pelos israelenses, assim como por Estados Unidos e União Europeia. Naquele dia, militantes islamistas mataram 1.198 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.

Também fizeram 251 reféns, dos quais 111 ainda seguem em cativeiro em Gaza, incluindo 39 que estariam mortos, segundo o Exército israelense.

A ofensiva israelense em Gaza provocou até agora 39.897 mortes, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas, que não detalha o número de civis e combatentes mortos.

Os apelos por um cessar-fogo se intensificaram desde o assassinato em 31 de julho, em Teerã, do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, atribuído a Israel, e a morte um dia antes do chefe militar do movimento libanês Hezbollah, Fuad Shukr, em um ataque perto de Beirute reivindicado por Israel.

O Irã e seus aliados ameaçaram Israel com uma resposta "severa", gerando temores de que a guerra se espalhe pelo resto do Oriente Médio.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou nesta segunda-feira que seu país está "em um período de alerta".

"As ameaças de Teerã e Beirute poderiam se concretizar", acrescentou, assegurando que Israel havia "reforçado suas defesas" e preparado "ações ofensivas de represália".

O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse, por sua vez, que o Irã poderia lançar "uma série de ataques" importantes contra Israel esta semana.

O chefe do governo alemão, Olaf Scholz, instou nesta segunda o presidente iraniano, Masud Pezeshkian, a "fazer tudo o que for possível para evitar uma escalada militar" na região.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que governa parcialmente a Cisjordânia ocupada, viajará nesta segunda-feira para a Rússia, onde se reunirá com seu homólogo, Vladimir Putin, para discutir a situação em Gaza.

"Corpos despedaçados"

O Exército israelense prossegue com sua ofensiva na Faixa de Gaza, especialmente nas regiões que afirmava controlar, mas onde houve um ressurgimento do Hamas e de grupos aliados. Khan Yunis, no sul do território palestino, foi alvo de bombardeios nesta segunda-feira, segundo moradores. O braço armado da Jihad Islâmica -- outro grupo armado -- afirmou travar combates contra soldados israelenses nesta cidade.

A guerra provocou uma catástrofe humanitária no território palestino, e quase a totalidade de seus 2,4 milhões de habitantes precisou se deslocar.

Nos últimos dias, mais de 75.000 pessoas foram deslocadas no sudoeste da Faixa de Gaza, segundo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos.

Autoridades de Gaza indicaram nesta segunda-feira que foram identificados 75 corpos dos 93 mortos em um bombardeio israelense no sábado contra uma escola que abrigava deslocados na Cidade de Gaza, ao norte do território.

As operações para identificação dos demais corpos seguem em andamento, acrescentaram.

"Os outros não foram identificados, pois os corpos estão despedaçados, outros foram carbonizados pelo bombardeio", declarou à AFP o porta-voz da Defesa Civil palestina, Mahmud Basal.

O Exército israelense, que afirmou que a escola era utilizada pelo Hamas e pela Jihad Islâmica, assegurou que o bombardeio havia "eliminado" 31 combatentes dos dois movimentos palestinos.

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