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Aumenta pressão em Tóquio a 1 dia do fim do ultimato do EI

Governo ativa desde quarta-feira todos os canais diplomáticos para tentar obter a libertação imediata dos japoneses Haruna Yukawa e Kenji Goto

Governo japonês ativa desde quarta-feira todos os canais diplomáticos para tentar obter a libertação imediata dos japoneses Haruna Yukawa e Kenji Goto (Yoshikazu Tsuno/AFP)

Governo japonês ativa desde quarta-feira todos os canais diplomáticos para tentar obter a libertação imediata dos japoneses Haruna Yukawa e Kenji Goto (Yoshikazu Tsuno/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 08h33.

Tóquio - O governo japonês estava submetido a uma forte pressão na manhã desta quinta-feira, a 24 horas da expiração do ultimato do grupo Estado Islâmico (EI), que ameaça executar dois reféns japoneses se não receber 200 milhões de dólares.

O primeiro-ministro, Shinzo Abe, e o ministro das Relações Exteriores, Fumio Kishida, ativam desde quarta-feira todos os canais diplomáticos (Turquia, França, Itália, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Irã, Jordânia...) para tentar obter a libertação imediata dos japoneses Haruna Yukawa e Kenji Goto, sequestrados pelos jihadistas.

Em um vídeo publicado na terça-feira, o EI ameaçava matar os dois reféns se não receber em um prazo de 72 horas o resgate exigido.

Abe, que naquele momento se encontrava no Oriente Médio, onde ofereceu uma ajuda neste valor para as populações vítimas dos avanços do EI na Síria e no Iraque, jurou não ceder ao terrorismo.

Tóquio paga seu "pacifismo ativo", uma vontade cada vez mais firme de desempenhar um papel internacional na resolução de crises sem infringir a proibição constitucional das ofensivas militares.

O EI busca, principalmente, "aproveitar esta ocasião para chamar a atenção do mundo: o grupo mostra que encara o Japão como um membro do bloco liderado pelos Estados Unidos com eles", ressalta Misa Kanaya, especialista do Instituto de Oriente Médio.

Único responsável

O ultimato expira "às 14h50 de sexta-feira" (03h50 de Brasília), indicou na quarta-feira o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, acrescentando nesta quinta-feira que o Japão "ainda ignora a situação exata dos reféns", na falta de contato nem mesmo indireto com seus sequestradores.

Em um vídeo produzido em outubro antes de entrar na zona controlada pelo EI, o jornalista japonês sequestrado Kenji Goto explicava que estava em busca de Haruna Yukawa, chefe de uma empresa de segurança capturado em agosto, segundo imagens publicadas na internet.

"Se acontecer algo comigo, a responsabilidade será completamente minha", insistia.

Um guia de Goto, que fez declarações na quarta-feira a redes de televisão japonesas, tinha a missão de contactar a família do jornalista se ele passasse mais de uma semana sem dar notícias, como aconteceu.

A esposa do jornalista independente, um homem de 40 anos acostumado aos terrenos hostis, havia recebido em novembro um e-mail de um suposto membro do EI que exigia o pagamento de um resgate.

Pagar ou não, um dilema

Em uma troca de mensagens pela internet com um jornalista da televisão pública NHK, um "porta-voz do EI" insiste que o grupo jihadista não fará concessões, afirma para o governo aceitar sua exigência e reitera que "o combate não é econômico, mas psicológico".

O porta-voz do Governo japonês evita sistematicamente responder diretamente a pergunta sobre se o Estado pagará ou não. "Nossa posição não mudou, não cederemos às ameaças terroristas", repete, dando a entender que o resgate não será pago.

Por outro lado, o primeiro-ministro ordenou na quarta-feira que "sejam empregados todos os meios para salvar os dois homens", o que pode parecer contraditório, ressalta a imprensa.

O ministro da Defesa, Gen Nakatani, que estava em Londres, confirmou, no entanto, que o governo japonês está sendo incitado pelo exterior a não entregar um só dólar ao EI, e evocou uma atitude firme de seu colega britânico, declarou a jornalistas.

Alguns meios de comunicação haviam afirmado que o Japão pagou sequestradores no passado.

Desta vez, devido à quantia exigida e ao fato de que os dois reféns entraram em uma zona perigosa com conhecimento de causa, pode-se supor que não será realizado nenhum pagamento, estima uma parte da imprensa.

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