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Atum ameaçado é leiloado a preço recorde de R$ 657 mil

Negociação da iguaria utilizada em sushis aconteceu em um mercado de Tóquio e levantou temores sobre a preservação da espécie

Vendedor corta um atum de 230 kg no mercado de peixes, em Tóquio. Segundo a WWF, se a pesca continuar no ritmo atual, espécie estaria "funcionalmente extinta" em três anos. (Koichi Kamoshida/ Getty Images)

Vendedor corta um atum de 230 kg no mercado de peixes, em Tóquio. Segundo a WWF, se a pesca continuar no ritmo atual, espécie estaria "funcionalmente extinta" em três anos. (Koichi Kamoshida/ Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 6 de janeiro de 2011 às 10h33.

São Paulo - Espécie de peixe mais apreciada no mundo para o preparo de sushi, um atum de barbatana azul foi leiloado a preço recorde durante o primeiro leilão do ano do mercado de peixes de grande porte de Tsukiji, em Tóquio, no Japão. Pesando 342kg, o atum foi vendido nesta quarta (5) por 32,49 milhões de ienes (cerca de 657 mil reais).

O peixe será dividido entre dois restaurantes de sushi - um em Tóquio, o outro em Hong Kong - que uniram forças no leilão para arrematar a iguaria. Uma única fatia de sashimi de atum-azul pode custar mais de 20 dólares.

Mas, à medida que o costume de comer peixe cru se espalha, também aumentam os temores de que o atum de barbatana azul poça estar com seus dias contados.

Encontrado no Atlântico e no Mar Mediterrâneo, a espécie já integra a lista de animais ameaçados de extinção. Tanto que, no começo do ano, a ONU propôs o fim da exportação do peixe, que viu sua população cair mais de 80% desde o século 19.

Em um relatório divulgado no ano passado, organização de conservação global WWF advertiu que se a pesca continuar no ritmo atual, o atum-azul estaria "funcionalmente extinto" em três anos.

Em novembro, a Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico (ICCAT) concordou em reduzir a quota de pesca de atum no Mediterrâneo e Atlântico Oriental de 13.500 para 12.900 toneladas, uma redução que ficou muito aquém das demandas por parte de grupos conservacionistas.

O Japão consome cerca de 80% de todo o atum azul pescado no mundo e tem sido acusado de sufocar as tentativas internacionais para reduzir drasticamente as quotas de pesca ou de proibir o comércio.

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