Rio de Janeiro - Embaixador da Boa Vontade para a Biodiversidade da ONU, o ator americano Edward Norton apresentou nesta quinta-feira (21), na Rio+20, a carta Vivendo em Harmonia com a Natureza, assinada pelos 193 países signatários da Convenção da Diversidade Biológica (CDB). Também estava presente no evento o brasileiro Bráulio Dias, secretário-executivo da CDB.

A carta comemora os 20 anos da Convenção, criada durante a Rio92, e enfatiza a importância da preservação da biodiversidade no processo de transição para um modelo de desenvolvimento sustentável e, sobretudo, na garantia da segurança alimentar da população mundial e na mitigação das mudanças climáticas.

A mensagem ainda reconhece os avanços alcançados nas últimas duas décadas com relação à conservação da fauna e flora, mas alerta para “o precário estado atual da biodiversidade, que pede mais do que nunca ações urgentes e imediatas”, reforçando a necessidade do assunto ser integrado a todos os debates da Rio+20.

“Até agora, estamos satisfeitos com a forma com que os países têm incorporado a questão da biodiversidade nos resultados da Rio+20, mas estamos conscientes de que o maior desafio é a implantação do que for decidido aqui.

Em 2010, na COP10 da Diversidade Biológica, 92 países assinaram cartas formais se comprometendo a ratificar o Protocolo de Nagoya e, até agora, embora os processos estejam acontecendo, apenas cinco realmente o fizeram”, contou Bráulio Dias, que afirmou que os resultados da Rio+20 influenciarão os debates da COP11 que acontecerá em outubro, na Índia, e debaterá o papel da biodiversidade na erradicação da pobreza e na transição para um modelo de desenvolvimento sustentável.

A carta Vivendo em Harmonia com a Natureza será lida por Norton em uma das mesas de debate oficiais da Rio+20, além de outros eventos paralelos, com a intenção de espalhar a mensagem da importância de preservar a biodiversidade.

“Me sinto honrado de poder comunicar sobre um assunto tão fundamental. Existem impactos da degradação do meio ambiente que são mais facilmente percebidos pelas pessoas, como a mudança dos níveis de precipitação, mas a perda da fauna e flora é algo mais invisível. As pessoas não veem as espécies desaparecendo e talvez por isso não tenham noção do tamanho do problema que temos que combater”, disse o ator americano.