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Ato antifraude eleitoral acaba em violência na Argentina

O confronto iniciou quando centenas de manifestantes derrubaram grades que isolavam a sede do governo no centro de San Miguel de Tucumán, capital da província


	A presidente argentina, Cristina Kirchner: o confronto iniciou quando centenas de manifestantes derrubaram grades que isolavam a sede do governo no centro de San Miguel de Tucumán, capital da província
 (Juan Mabromata/AFP)

A presidente argentina, Cristina Kirchner: o confronto iniciou quando centenas de manifestantes derrubaram grades que isolavam a sede do governo no centro de San Miguel de Tucumán, capital da província (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 07h32.

Buenos Aires - A polícia reprimiu moradores da Província de Tucumán, na Argentina, que protestaram com panelas na noite desta segunda, 24, contra o que julgavam ser uma fraude eleitoral na eleição para governador ocorrida no domingo, quando 42 urnas foram queimadas.

O confronto iniciou quando centenas de manifestantes derrubaram grades que isolavam a sede do governo na Praça Independência, no centro de San Miguel de Tucumán, capital da província.

Ao se aproximar da escadaria do edifício, eles foram alvo de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha - segundo o canal TN, havia 20 feridos.

O movimento dispersou parte da população. Os que ficaram reagiram atirando pedras e laranjas de árvores da região contra os policiais. Gritando "o povo daqui não sai", o movimento se remobilizou já na madrugada desta terça-feira, 25, e uma marcha foi marcada para esta noite.

A oposição denunciou durante o dia fraude na votação e não reconheceu a vitória do kirchnerista Juan Manzur.

A apuração parcial, de 80% dos votos, dava ao ex-ministro da Saúde de Cristina Kirchner 54% dos votos, ante 40% obtidos por José Cano, apoiado pelos dois principais candidatos presidenciais da oposição, o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, e o ex-kirchnerista Sergio Massa.

Os dois pediram que sejam abertas todas as urnas para recontagem.

Foi o segundo dia de violência na província, uma das mais pobres do país.

A polícia local disse que seis integrantes da corporação foram feridos ao tentar evitar que urnas fossem incendidas no dia da votação, quando um cinegrafista que gravava a distribuição de comida em um comitê kirchnerista denunciou ter sido agredido a chutes por militantes e publicou fotos na internet.

Ao reivindicar a vitória, Manzur admitiu que parte dos casos de violência denunciados na votação envolviam militantes de seu movimento. Havia disputa interna por outros cargos entre representantes do peronismo - movimento no qual o kirchnerismo é uma corrente radical.

O governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli, candidato kirchnerista à presidência, defendeu a legitimidade da votação. "Houve uma vitória clara de Manzur", disse. Ele reduziu a importância da quantidade de votos contestados - 0,8% do total de 1,6 milhão de eleitores.

Os candidatos opositores à presidente reagiram. "Sentimos dor e raiva. Trinta anos de democracia deveriam nos ensinar que não vale brigar pelo poder a qualquer preço. É preciso terminar com a violência. Não podemos ter tiros e urnas queimadas na briga pelo poder", disse à tarde Massa, que mencionou um plano de pedir observadores internacionais na votação de 25 de outubro.

"Foi uma votação com muitíssimas irregularidades e imagens que nunca gostaríamos de ver na Argentina.Houve até tiros em salas de votação. Como vai ser no Chaco?", questionou Macri, referindo-se à votação de 20 de setembro para o governo de outra província, a última antes da presidencial de 25 de outubro.

O sistema argentino permite às províncias antecipar a eleição para governador.

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