Mundo

Atividade manufatureira esfria nos EUA, mas ainda sobe

Índice de atividade das fábricas no país caiu de 50,9 em julho para 50,6 em agosto, mas a leitura superou expectativas de 48,5

O ritmo de crescimento econômico deve continuar lento, mas o resultado reduz as chances de uma segunda recessão (Timothy A. Clary/AFP)

O ritmo de crescimento econômico deve continuar lento, mas o resultado reduz as chances de uma segunda recessão (Timothy A. Clary/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2011 às 14h27.

Washington - A atividade manufatureira dos Estados Unidos cresceu inesperadamente em agosto e menos norte-americanos pediram auxílio-desemprego na semana passada, contradizendo o forte declínio da confiança do consumidor, que ameaçara empurrar a economia para uma nova recessão.

O Instituto para Gestão do Fornecimento informou nesta quinta-feira que o índice de atividade das fábricas no país caiu de 50,9 em julho para 50,6 em agosto. A leitura superou expectativas de 48,5, número que teria sinalizado contração no setor, de acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas. Uma leitura acima de 50 indica crescimento.

Outro relatório, do Departamento de Trabalho, mostrou que o total de pedidos de auxílio-desemprego recuou em 12 mil solicitações, para 409 mil, dando poucos sinais de aumento nas demissões após a piora no humor dos empresários e dos consumidores.

Porém, detalhes da pesquisa manufatureira exibem fraqueza e o número de auxílio-desemprego ainda está acima de 400 mil, nível associado com um mercado de trabalho estável.

Isso indica que o ritmo de crescimento econômico deve continuar lento, mas reduz as chances de uma segunda recessão.

"O resultado líquido é uma desaceleração, um crescimento decepcionante no terceiro trimestre, mas não uma recessão", afirmou o economista-chefe do Wells Fargo, John Silvia, em Charlotte, Carolina do Norte.

Embora não tenham impacto sobre a contagem de postos de trabalho --que será divulgada nesta sexta-feira--, os dados de auxílio-desemprego não mostram evidências de uma reação agressiva das empresas ao tombo dos mercados financeiros.

Outros dados sugeriram que os consumidores também não recuaram em agosto. Diversos varejistas norte-americanos relataram vendas acima do previsto mês passado, apesar do furacão Irene e da queda da confiança do consumidor.

A economia dos Estados Unidos deve ter gerado 75 mil empregos em agosto, de acordo com uma pesquisa da Reuters, quantidade limitada por uma greve na companhia de telecomunicações Verizon Communications.


A paralisação na Verizon ajudou a elevar o número de pedidos de auxílio-desemprego nas últimas duas semanas. Na semana passada, a média móvel quadrissemanal de pedidos --considerada uma medida melhor das tendências do mercado de trabalho-- teve alta de 1.750, para 410.250.

Um segundo relatório do Departamento de Trabalho destacou a fraqueza remanescente da economia, com a produtividade industrial caindo ao ritmo anual de 0,7 por cento no segundo trimestre, o maior declínio desde o quarto trimestre de 2008.

O dado foi uma revisão para baixo, após números preliminares mostrarem queda de 0,3 por cento.

Desacelerações na produtividade costumam sugerir que as empresas precisam contratar mais para dar conta da produção, mas, com o pano de fundo de uma economia quase estagnada, a queda significa que o empregador pode preferir cortar gastos para proteger seu lucro.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoCrise econômicaCrises em empresasDesenvolvimento econômicoEstados Unidos (EUA)IndústriaIndústrias em geralPaíses ricos

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA