Tiroteio próximo de sinagoga na Alemanha: ao menos duas pessoas morreram, mas há várias feridas (Marvin Gaul/Reuters)
Tamires Vitorio
Publicado em 9 de outubro de 2019 às 08h55.
Última atualização em 9 de outubro de 2019 às 17h07.
São Paulo — Dois homens atiraram em diversas pessoas perto de uma sinagoga em Halle, cidade na Alemanha que está localizada a cerca de 170 quilômetros da capital Berlim. Segundo informações da polícia da cidade, ao menos duas pessoas morreram, mas há feridas, e o suspeito já foi detido.
Os autores do ataque vestiam roupas camufladas E também teriam jogado uma granada de mão em um cemitério judeu próximo à cena, segundo o jornal alemão Bild. A dupla tentou fugir do local em um táxi e o motorista do veículo terminou ferido.
Inicialmente, os policiais de Halle falaram em um único suspeito, um homem. Pouco depois, passaram a considerar um crime com a participação de vários envolvidos, provavelmente três pessoas.
Em seu perfil oficial no Twitter, a polícia confirmou a prisão de uma pessoa, mas pediu para que os moradores de Halle permaneçam vigilantes.
"Nossas forças prenderam uma pessoa", acrescentou a polícia. "No entanto, continuamos alertas. Destacamos tropas em Halle e nos arredores e estamos tentando estabilizar a situação até termos todas as informações relevantes".
O episódio em Halle aconteceu por volta do meio dia no horário local em um dos feriados mais importantes para os judeus, o Yom Kippur, quando os adeptos ao judaísmo jejuam por mais de 24 horas. O bairro foi isolado, e a estação de trem foi fechada.
Além dos disparos em Halle, outros aconteceram cerca de 15km de distância do local, em Landsberg (Saalekreis), mas ainda há mais informações sobre esse tiroteio.
O ataque ocorre poucos meses depois do assassinato na cidade de Hesse de Walter Lübcke, um político pró-migrantes do partido conservador da chanceler Angela Merkel (CDU). O principal suspeito é membro do movimento neonazista.
Esse caso chocou o país, onde a extrema direita anti-imigrante tem registrado sucessos eleitorais. Isso despertou o medo de um terrorismo de extrema-direita, como o do grupo NSU, que está por trás dos de vários assassinato migrantes entre os anos 2000 e 2007.
Na Alemanha, cresce o número de precedentes violentos contra autoridades que se manifestam a favor de políticas de acolhimento, como Lübcke: um ataque a faca contra a prefeita de Colônia, Henriette Reker, em 2015, e contra o prefeito de Altena, Andreas Hollstein, em 2017. Ambos escaparam da morte por pouco.
A Alemanha é confrontada com "uma nova RAF", uma "RAF marrom", disse o "Süddeutsche Zeitung", em referência ao grupo terrorista de extrema-esquerda Fração do Exército Vermelho, também conhecido como Grupo Baader-Meinhof, que esteve ativo entre 1968 e 1998.
Mais de 12.700 extremistas de direita considerados perigosos já foram identificados pelas autoridades.
As autoridades alemãs também estão em alerta após vários ataques jihadistas nos últimos anos. O mais mortal foi em dezembro de 2016, quando um tunisiano, Anis Amri, invadiu um mercado natalino em Berlim com um caminhão roubado, matando 12 pessoas.