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Atirador de Las Vegas era um incorrigível jogador de pôquer

Em 1º de outubro, o homem abriu fogo contra os espectadores de um festival de música country em Las Vegas, matando 58 pessoas

Las Vegas: "Ninguém jogou tanto tempo como eu", escreveu o atirador para seu advogado (Steve Marcus/Reuters)

Las Vegas: "Ninguém jogou tanto tempo como eu", escreveu o atirador para seu advogado (Steve Marcus/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de outubro de 2017 às 18h34.

O atirador que executou o massacre de Las Vegas, Stephen Paddock, era um incorrigível jogador de pôquer que tratava a sua ansiedade com diazepam (Valium), de acordo com documentos de 2013 publicados nesta segunda-feira pela emissora CNN.

Em outubro de 2011, Paddock escorregou no chão molhado do hotel cassino Cosmopolitan de Las Vegas. Dois anos depois, apresentou uma ação contra o estabelecimento para a qual entregou ao seu advogado uma declaração de 97 páginas, obtida pela CNN e entregue ao FBI (a Polícia Federal americana).

Em 1º de outubro, o homem abriu fogo contra os espectadores de um festival de música country na mesma cidade, matando 58 pessoas e ferindo mais de 500 no tiroteio mais mortal da história recente americana.

Na declaração, se mostrava como um aposentado rico, avarento e arrogante, convertido em um grande jogador de pôquer que fazia viagens pelos cassinos do país.

Afirmou ter sido em um momento "o maior jogador de pôquer eletrônico do mundo".

"Ninguém jogou tanto tempo como eu", escreveu para seu advogado, assegurando que em 2006 jogou "uma média de 14 horas por dia, os 365 dias do ano".

"Jogava a noite toda (...), dormia durante o dia", acrescentou, assinalando que não bebia álcool em frente à máquina "porque com as apostas tinha que ter todos os sentidos" em alerta.

O aposentado, que construiu sua fortuna graças aos negócios imobiliários, ganhava "entre 100 e 1.350 dólares" por aposta, e podia gastar até um milhão de dólares por noite. O que, para ele, "não era muito" dinheiro.

Naquele momento, Paddock dividia o seu tempo entre Califórnia, Nevada, Texas e Flórida, às vezes viajando "até três semanas por mês". Vivia nos cassinos que lhe ofereciam quartos grátis "95% do tempo", em sua qualidade de grande apostador.

Para jogar, usava uma simples calça esportiva preta e chinelos. Também levava a própria bebida para a máquina a fim de evitar dar muita gorjeta para as garçonetes.

Em seu depoimento indicou que não sofria de doenças mentais ou vícios e que não tinha antecedentes criminais. No entanto, admitiu diminuir a ansiedade tomando Valium, remédio prescrito por um médico a quem pagava anualmente para poder se consultar quando quisesse.

Também forneceu alguns elementos biográficos. Contou que cresceu na Califórnia, que fez o Ensino Médio no bairro de Sun Valley de Los Angeles e que durante um tempo trabalhou para o departamento de impostos, antes de investir em imóveis.

Além disso, Paddock especificou que tinha permissão emitida no Texas de porte de armas sob condição de permanecerem escondidas.

Segundo a CNN, não ganhou a ação contra o Cosmopolitan.

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