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Atentados matam 63 pessoas no Iraque em meio a crise política

O pior atentado ocorreu no bairro de Al Karrada, no centro da cidade, onde pelo menos 23 pessoas morreram e 46 ficaram feridas na explosão de um carro-bomba

O segundo ataque mais violento foi localizado no distrito de Al Allawi, onde dois artefatos explodiram em uma praça matando 16 pessoas e deixando 43 feridas (AFP)

O segundo ataque mais violento foi localizado no distrito de Al Allawi, onde dois artefatos explodiram em uma praça matando 16 pessoas e deixando 43 feridas (AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2011 às 14h32.

Bagdá - Uma onda de atentados em diferentes bairros do Iraque matou 63 pessoas e deixou quase 200 feridas nessa quinta-feira, em um momento de crise política no país que coincide com a retirada do Exército dos Estados Unidos no último final de semana.

Na manhã desta quinta, 11 carros-bomba, três explosivos, um projétil Katyusha e um morteiro foram detonados em diferentes bairros da capital iraquiana, tanto de maioria sunita quanto xiita, onde morreram pelo menos 63 pessoas e 185 ficaram feridas, revelou à Agência Efe uma fonte do Ministério da Saúde.

O pior atentado ocorreu no bairro de Al Karrada, no centro da cidade, onde pelo menos 23 pessoas morreram e 46 ficaram feridas na explosão de um carro-bomba próximo da sede do órgão encarregado da luta contra a corrupção, segundo uma fonte do Ministério do Interior.

O segundo ataque mais violento foi localizado no distrito de Al Allawi, onde dois artefatos explodiram em uma praça matando 16 pessoas e deixando 43 feridas.

Outras explosões também fizeram vítimas nos distritos de Al-Dura (sul), na rua Al Magreb (norte), Al Harizia (oeste) e Bab Al Muadam (centro), entre outros.

Com exceção do atentado de Al Karrada, que foi contra uma instituição, os outros ataques ocorreram em estacionamentos, uma escola, um mercado popular e lugares onda havia pessoas se dirigindo ao trabalho pela manhã.

'O momento e o local destes crimes confirmam a natureza política das ações terroristas ao atacar e matar civis inocentes', ressalta a nota.


O premiê também solicitou às forças de segurança e ao Exército que intensifiquem as medidas de precaução e 'cumpram seu dever com rigorosa disciplina para proteger os cidadãos e acabar com as lacunas na segurança que permitiram estes assassinatos'.

Além disso, pediu a todos os líderes religiosos, políticos e tribais que 'assumam sua responsabilidade nesta situação crítica, fiquem do lado dos agentes, os apoiem com informações verdadeiras e contribuam com a união nacional'.

Os ataques ocorreram em um momento de crise política no Iraque que coincidiu com a retirada total das tropas americanas do país no domingo.

A crise foi desencadeada no dia 18 pela ordem de detenção do vice-presidente iraquiano sunita, Tariq al Hashemi, acusado de envolvimento em crimes de terrorismo.

No sábado, o Al Iraqiya cancelou sua participação nas sessões do Parlamento, onde é a segunda maior coalizão política, em represália ao descumprimento da Constituição e a intolerância das forças de segurança, entre outros motivos.

Há dois dias, Hashemi, que está no Curdistão, alegou inocência e se mostrou disposto a comparecer à Justiça da província autônoma, fazendo com que Maliki pedisse às autoridades curdo-iraquianas que entregassem o vice-presidente.

Durante seu discurso desta quarta-feira, o premiê advertiu que irá formar um Executivo de maioria política caso não entre em um acordo com as outras partes para manter o governo de união nacional.


O atual governo foi constituído em 21 de dezembro de 2010, após um consenso político pactuado depois de nove meses de vazio governamental, causado pelas divergências entre as diversas forças políticas por conta dos resultados equiparados das eleições parlamentares de março.

A aliança ganhadora, a Al Iraqiya, que possui 91 das 325 cadeiras do Parlamento, não obteve assentos suficientes para formar um Executivo.

Os principais oponentes da Al Iraqiya, o bloco Estado de Direito, de Maliki, que ficou em segundo, e a Aliança Nacional Iraquiana, do ex-premiê Ibrahim Al Jaafari, entraram em um acordo para formar a Aliança Nacional e ocupar 159 assentos na Assembleia. EFE

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