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Atentados deixam 46 mortos no Iraque

A ONU calcula que os combates poderão deixar um milhão de pessoas deslocadas

Explosão no Iraque (Ahmed Saad / Reuters)

Explosão no Iraque (Ahmed Saad / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2016 às 19h26.

Ao menos 46 pessoas morreram neste sábado e outras 25 ficaram feridas em vários ataques, incluindo um atentado suicida revindicado pelo grupo Estado Islâmico em Bagdá, o mais violento na capital em três meses.

Os ataques aconteceram enquanto as forças iraquianas se preparam para lançar uma ofensiva para recuperar Mossul, em mãos dos extremistas do EI, situada no norte do país.

Em Bagdá, um homem-bomba cometeu um atentado no grande bairro xiita de Al Shaab, ao norte da cidade, matando pelo menos 34 pessoas e ferindo outras 36, segundo fontes médicas e de segurança.

Em um comunicado publicado por sua agência de propaganda Amaq, o grupo radical sunita reivindicou o atentado. O EI considera os xiitas, maioria no Iraque, "hereges", e frequentemente lança atentados contra essa comunidade.

Segundo uma testemunha, o homem-bomba entrou na tenda funerária e se explodiu na hora que era distribuído o almoço.

"Vi 20 mártires (mortos) estirados no chão", contou.

O local do ataque estava coberto de sangue, segundo o fotógrafo da AFP.

O ataque deste sábado é o mais violento na capital iraquiana desde o início de julho, quando um atentado em um bairro comercial provocou mais de 300 mortes.

Por outro lado, doze pessoas foram mortas neste sábado em outros dois ataques, até agora não reivindicados, ao norte da capital, segundo a polícia.

Em Malha, zona situada a leste da cidade de Tikrit, alguns homens-bomba atacaram uma delegacia de polícia, deixando oito mortos e onze feridos, segundo fontes ligadas às autoridades.

Em Ishaqi, dois homens mataram a tiros a esposa e os três filhos de um chefe de uma tribo local, antes de imolar-se quando estavam cercados pelas forças iraquianas.

EI perde terreno

O EI se apoderou, em 2014, de vastas regiões do território iraquiano.

Com a ajuda da coalizão internacional liderada por Washington, as forças armadas iraquianas ganharam terreno frente ao EI e agora buscam reconquistar Mossul, no norte, reduto dos extremistas do país.

Esta operação deve acontecer nos próximos dias e é considerada uma das mais complexas na luta contra o grupo extremista.

Segundo recentes estimativas do Pentágono, haveria em Mossul de 3.000 a 4.500 combatentes do EI.

"Estão completos todos os preparativos para a batalha para a libertação de Mossul", afirmou neste sábado no Twitter o líder do Curdistão iraquiano, Masud Barzani. "É o momento de a libertação de Mossul começar".

Segundo a ONU, a ofensiva poderá desencadear uma crise humanitária de grandes proporções, considerando o grande número de civis que vive na cidade.

A ONU calcula que os combates poderão deixar um milhão de pessoas deslocadas.

A reconquista de Mossul não será, no entanto, o final da guerra contra o EI, que possui ainda importantes territórios no Iraque e na Síria, e é capaz de recorrer ainda mais aos ataque suicidas à medida que perde terreno.

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