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Atentados deixam 23 mortos no Afeganistão

Em poucas horas, uma base militar, um prédio da polícia e o quartel-general foram invadidos ou alvos de ataques suicidas

Cabul: o ataque contra o NDS em Cabul, executado por um homem-bomba, foi reivindicado pelo EI (Mohammad Ismail/Reuters)

Cabul: o ataque contra o NDS em Cabul, executado por um homem-bomba, foi reivindicado pelo EI (Mohammad Ismail/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 10h05.

Pelo menos 23 pessoas morreram neste sábado no Afeganistão em quatro atentados contra as forças governamentais, três deles reivindicados pelos talibãs.

Em poucas horas, uma base militar, um prédio da polícia e o quartel-general do Serviço de Inteligência Afegão (NDS) foram invadidos ou alvos de ataques suicidas, em Cabul e em outros pontos do país.

No ataque mais violento, 18 soldados morreram em um ataque contra a base militar de Farah, oeste do país, reivindicado pelos talibãs, anunciou o ministério da Defesa.

"Um número importante de insurgentes atacou a base de Bala Buluk, na província de Farah. Infelizmente, perdemos 18 soldados e dois ficaram feridos", afirmou o porta-voz do ministério, general Daulat Wazir, que anunciou o envio de reforços ao local.

O vice-governador da província, Yunus Rasooli, confirmou o ataque a anunciou o envio de uma comissão de investigação.

O ataque aconteceu durante a madrugada nesta região isolada do país. Os talibãs reivindicaram a ação no Twitter, com uma mensagem de seu porta-voz Zabiullah Mujahid que menciona "20 soldados mortos e dois sequestrados".

O ataque contra o NDS em Cabul, executado por um homem-bomba, foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

A ação matou três pessoas e deixou cinco feridos, de acordo com o ministério do Interior.

O homem-bomba chegou a pé, passou sem problemas pelo posto de controle e detonou a carga explosiva diante do edifício.

O porta-voz do ministério do Interior, Nasrat Rahimi, afirmou que o "homem estava bem vestido e usava gravata", uma nova tática para evitar os postos de controle.

A barreira que protege o acesso aos edifícios do NDS e a vários ministérios foi alvo de um atentado suicida em 25 de dezembro que deixou seis mortos e também foi reivindicado pelo EI.

Os talibãs, principal grupo insurgente no Afeganistão, também reivindicaram dois ataques na província de Helmand (sul), um de seus redutos, onde controlam 10 dos 14 distritos, assim como vários campos de papoula que produzem metade do ópio do país.

O primeiro ataque em Helmand aconteceu no distrito de Nad Ali, reconquistado há poucos meses pelo exército afegão, onde os talibãs lançaram um veículo Humvee repleto de explosivos contra uma base militar: duas pessoas morreram e sete ficaram feridas.

"Os soldados localizaram o veículo e o destruíram com um RPG (lança-foguetes) antes que conseguisse atingir seu objetivo", disse à AFP o porta-voz do governo provincial, Omar Zawak.

Em 2016 os talibãs roubaram dezenas de Humvees do exército afegão e desde então utilizam os veículos em seus atentados.

O segundo ataque nesta região aconteceu pouco depois, quando um carro-bomba explodiu no muro que protege o prédio do NDS em Lashkar Gah, capital da província de Helmand. A ação deixou oito feridos.

No fim de janeiro, quatro atentados em uma semana, três deles em Cabul, deixaram mais de 130 mortos e 250 feridos. Desde então, a zona diplomática da capital, onde ficam os edifícios oficiais, se encontra em estado de sítio permanente.

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