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Atentado suicida deixa mais de 40 mortos no Afeganistão

"Presidente afegão condenou o ataque e acrescentou que este ato cometido durante o Ramadã (mês do jejum muçulmano) era imperdoável", indicou gabinete


	Paktika: entre os mortos, estão seis crianças e o imã da mesquita local, e mais de 60 feridos
 (Johannes Eisele/AFP)

Paktika: entre os mortos, estão seis crianças e o imã da mesquita local, e mais de 60 feridos (Johannes Eisele/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 18h41.

Cabul - Mais de 40 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta terça-feira em um atentado suicida contra um mercado da província afegã de Paktika (leste), um dos mais mortíferos desde 2001.

Um carro-bomba foi detonado perto de uma mesquita e de um mercado do distrito de Urgun, na província de Paktika.

No fim da tarde, o gabinete da presidência anunciou um balanço de 41 mortos, incluindo seis crianças e o imã da mesquita local, e mais de 60 feridos no atentado suicida, um dos mais violentos dos últimos anos no Afeganistão.

"O presidente afegão condenou o ataque e acrescentou que este ato cometido durante o Ramadã (mês do jejum muçulmano) era imperdoável", indicou o gabinete de Hamid Karzai em um comunicado.

"Não sabemos qual era o alvo, mas a explosão foi muito forte", declarou à AFP Mohamad Razaq Kharoty, chefe do distrito, acrescentando que o atentado destruiu dezenas de lojas e casas nos arredores.

"Não temos mais vagas nos hospitais, as vítimas foram atendidas na rua", disse Hakimula, testemunha do ataque.

As autoridades locais anunciaram um primeiro balanço de 25 mortos e 50 feridos, mas os números aumentaram com o passar das horas.

Outras fontes ligadas ao governo chegaram a divulgar balanços diferentes e alguns citavam 89 mortos.

Explosão sangrenta em Cabul

O chefe da missão das Nações Unidas (UNAMA), Khan Kubis, condenou o ataque.

Segundo o porta-voz do ministério do Interior, Sediq Sediqi, os explosivos haviam sido colocados em um caminhão que a polícia tentou parar, mas sem sucesso.

O atentado coloca em evidência os problemas de segurança no Afeganistão, num momento em que as forças da Otan retiram progressivamente os 50.000 efetivos de combate que seguem no país, deixando a luta contra a insurgência dos talibãs às forças afegãs.

O Afeganistão também está em uma posição política delicada, na qual os dois aspirantes a suceder o presidente Hamid Karzai disputam a vitória na eleição de junho. No último fim de semana chegaram a um acordo para a recontagem dos votos.

Até o momento o atentado não foi reivindicado, mas os insurgentes talibãs costumam cometer ataques suicidas no país.

Os talibãs, no entanto, negaram ser os autores do ataque através de sua conta no Twitter. Mas os atentados contra civis raramente são reivindicados.

A província de Paktika, um dos refúgios dos talibãs da rede Haqani, fica na fronteira com as zonas tribais paquistanesas, onde o exército executa uma ofensiva há um mês contra os rebeldes islamitas.

De acordo com várias testemunhas, centenas de combatentes atravessaram a fronteira com o Afeganistão desde o início da ofensiva.

A explosão de uma bomba de fabricação caseira na passagem de um veículo que transportava funcionários da presidência também deixou dois mortos e cinco feridos nesta terça-feira, na periferia da capital Cabul.

"Todas as vítimas trabalhavam na assessoria de comunicação da presidência", declarou à AFP o porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Estanakzai.

Segundo a UNAMA, o número de civis mortos ou feridos em combates ou atentados entre janeiro e junho registrou um aumento de 24% na comparação com o primeiro semestre de 2013.

Durante este período, 1.564 civis (+17%) morreram no conflito afegão, segundo os dados da ONU.

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