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Atentado suicida deixa 32 mortos em Bagdá

As vítimas do atentado são, em sua maioria, trabalhadores que esperavam para ser contratados em uma praça de Cidade Sadr

Bagdá: o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou este ataque através de sua agência de propaganda, Amaq (Ahmed Saad/Reuters)

Bagdá: o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou este ataque através de sua agência de propaganda, Amaq (Ahmed Saad/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 22h18.

Ao menos 32 pessoas morreram e mais de sessenta ficaram feridas nesta segunda-feira em um atentado lançado em um bairro xiita de Bagdá, cometido por um suicida ao volante de um carro-bomba, informaram fontes policiais.

As vítimas do atentado são, em sua maioria, trabalhadores que esperavam para ser contratados em uma praça de Cidade Sadr, um bairro situado no nordeste de Bagdá que já foi palco de vários atentados mortíferos no passado.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou este ataque através de sua agência de propaganda, Amaq.

Este atentado foi registrado horas antes da chegada à capital iraquiana do presidente francês, François Hollande.

Em fotos do ataque divulgadas nas redes sociais, era possível ver uma imensa coluna de fumaça preta e vários feridos, alguns visivelmente em estado muito grave, sendo retirados.

Segundo um coronel da polícia, ao menos 32 pessoas morreram e 61 ficaram feridas neste atentado, o segundo em 48 horas na capital iraquiana.

No sábado, véspera de Ano Novo, um duplo atentado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) em um mercado muito movimentado do centro da cidade deixou 27 mortos e dezenas de feridos.

Além disso, o grupo extremista reivindicou a autoria do massacre de Ano Novo na boate Reina, às margens do Bósforo, em Istambul, que deixou 39 mortos, além de muitos feridos.

O Iraque continua sendo palco frequente de atentados com bomba. Geralmente, são reivindicados pelo grupo extremista sunita, que considera os xiitas, majoritários no Iraque, hereges.

Ano de vitórias

Por sua vez, Hollande, em visita ao Iraque em plena ofensiva contra o EI, afirmou ao chegar no país que 2017 será um "ano de vitória contra o terrorismo".

O presidente francês, que já esteve no Iraque em 2014, é até a data o único grande dirigente da coalizão internacional anti-EI, liderada pelos Estados Unidos, a viajar a este país desde a formação da coalizão, há dois anos e meio.

"Lutar contra o terrorismo aqui no Iraque também é prevenir atos terroristas em nosso próprio território", disse.

A França foi atingida por uma série de ataques extremistas nos últimos dois anos com um saldo de mais de 200 mortos.

Hollande também destacou a importância da "reconstrução" do Iraque, onde centenas de milhares de pessoas foram deslocadas.

Durante a tarde, Hollande visitou Erbil, na região autônoma curda (norte), onde estão mobilizadas as forças especiais francesas que aconselham os peshmergas curdos na luta pela reconquista de Mossul.

Hollande previu que a batalha de Mossul poderá ser ganha "antes do verão" boreal. "Nos confirmaram é possível atingir este objetivo, talvez na primavera ou, em todo caso, no verão".

A França é o segundo maior sócio da coalizão militar contra o EI, depois dos Estados Unidos. Desde 2014, lançou mais de 1.000 bombardeios e destruiu 1.700 alvos no Iraque e na Síria.

Além dos 14 caças de tipo Rafale baseados na Jordânia e nos Emirados Árabes Unidos, cerca de 500 soldados franceses fornecem aconselhamento, formação e apoio de artilharia no Iraque às tropas deste país que lutam para recuperar os territórios tomados pelos extremistas, incluindo a cidade de Mossul.

Mossul e depois Raqa

Na semana passada, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, julgou que ainda são necessários "três meses para eliminar o EI". Hollande disse nesta segunda-feira que a duração da batalha de Mossul é uma questão de "semanas".

Embora Mossul seja o último reduto extremista no Iraque, na Síria controlam completamente Raqa (norte), que será "o próximo alvo", segundo o presidente francês.

Uma aliança de forças árabe-curdas apoiada pela coalizão internacional se aproximou de Raqa.

Apesar de seu retrocesso no plano militar, os extremistas continuam atacando regularmente a população civil iraquiana com atentados suicidas, sobretudo com carros-bomba.

"Não terminamos com o flagelo do terrorismo", havia advertido Hollande no sábado em seu discurso de Ano Novo.

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