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Atentado com carro-bomba deixa quatro mortos em Beirute

Este é o sexto ataque desde julho contra redutos do movimento xiita, que combate ao lado do regime sírio em sua guerra contra os rebeldes, e terceiro em um mês

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2014 às 14h59.

Beirute - Quatro pessoas morreram e 35 ficaram feridas em um atentado suicida em um bairro do sul de Beirute, o sexto desde julho contra redutos do movimento xiita libanês Hezbollah, que luta ao lado do regime sírio em sua guerra contra os rebeldes.

Este atentado suicida foi rapidamente reivindicado pela Frente al-Nusra no Líbano, considerada o ramo de um grupo sírio vinculado à Al-Qaeda.

"Quatro pessoas morreram e há 35 feridos", declarou à AFP o porta-voz da Cruz Vermelha libanesa, Ayad al-Monzer.

A Agência Nacional de Informação (ANI) explicou que um "suicida explodiu seu carro (...) em Haret Hreik".

O ataque ocorreu em uma rua comercial movimentada, que já havia sido alvo no início de janeiro de um ataque suicida com carro-bomba, que matou cinco pessoas.

No local, os bombeiros tentavam apagar as chamas, enquanto ambulâncias transportavam os feridos para hospitais próximos, de acordo com um fotógrafo da AFP, que relatou a presença de soldados e de membros do Hezbollah encarregados pela segurança na região.

Este é o sexto ataque desde julho contra redutos do movimento xiita, que combate ao lado do regime sírio em sua guerra contra os rebeldes, e o terceiro em apenas um mês.

Em um comunicado publicado em sua conta no Twitter, a Frente al-Nusra no Líbano explicou ter realizado esta "operação mártir" em resposta "aos massacres perpetrados pelo partido do Irã (o Hezbollah)".

Este grupo já havia reivindicado um atentado com carro-bomba há menos de uma semana em Hermel, no Vale do Bekaa, que matou três pessoas.

Em 2 de janeiro, um atentado em Al-Arid foi reivindicado pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), também filiado à Al-Qaeda.

Apesar dos ataques terem como alvo o partido do Hezbollah, as vítimas são todas civis.

Atentados cada vez mais frequentes

O Líbano está mergulhado em uma espiral de violência desde o início, em março de 2011, do conflito na Síria, que exacerbou as tensões sectárias entre sunitas, que apoiam os rebeldes contra o regime de Bashar al-Assad, e xiitas, liderados pelo poderoso Hezbollah.

O partido xiita, um aliado próximo do poder na Síria, reconheceu no final de abril de 2013 ter enviado homens para apoiar as tropas de Bashar al-Assad.

No norte do Líbano, a cidade de Tripoli é palco regular de combates entre habitantes sunitas e alauitas, comunidade à qual pertence o presidente sírio.

Nesta terça-feira, uma pessoa morreu em decorrência de seus ferimentos, enquanto quatro soldados libaneses ficaram feridos, de acordo com uma fonte dos serviços de segurança.

Na madrugada de segunda-feira, seis pessoas foram mortas em confrontos.

Os ataques também têm como alvo os opositores do Hezbollah e do regime de Damasco, como o político sunita Mohammed Chatah, morto com outras sete pessoas em um atentado com carro-bomba em Beirute em 27 de dezembro.

A coalizão de 14 de Março, pró-ocidental e anti-síria, acusa o Hezbollah de ser o responsável pelo assassinato.

Salman Shaikh, diretor do Brookings Doha Center, indicou que a segurança do Líbano se deteriorou seriamente, lamentando "a frequência, o curto período entre cada explosão".

Vítima das repercussões do conflito na Síria, ex-potência colonial por quase 30 anos, o Líbano está politicamente paralisado desde a renúncia do primeiro-ministro Najib Mikati, em março de 2013. A coalizão de 14 de Março e o Hezbollah são incapazes de chegar a um acordo.

Contudo, na segunda-feira à noite o ex-primeiro-ministro libanês Saad Hariri, que vive no exílio na França desde 2011, afirmou em uma entrevista estar disposto a formar um governo com membros do partido xiita Hezbollah.

"Tomei esta decisão (de aceitar um governo com o Hezbollah) pelo bem do Líbano", disse Hariri, que declarou, no entanto, que os ministros do Hezbollah em um futuro governo de coalizão não deveriam ter direito de veto.

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