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Ataques xenófobos em Colônia foram coordenados pela internet

Os autores teriam combinado os ataques com a intenção expressa de "atacar pessoas não alemãs"


	Agressões: os ataques xenófobos foram uma reação aos incidentes ocorridos no Ano Novo na estação de trem de Colônia
 (Sascha Schuermann / Getty Images)

Agressões: os ataques xenófobos foram uma reação aos incidentes ocorridos no Ano Novo na estação de trem de Colônia (Sascha Schuermann / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 11h27.

Berlim - Os ataques xenófobos que ocorreram em Colônia, no oeste da Alemanha, foram coordenados através das redes sociais, disse nesta segunda-feira um porta-voz da polícia local.

Os autores teriam combinado os ataques com a intenção expressa de "atacar pessoas não alemãs".

Vários ficaram feridos nos incidentes, entre eles dois paquistaneses e um sírio. "É um sinal alarmante de que temos que levar isso a sério", disse o porta-voz da polícia de Colônia, Norbert Wagner.

O responsável pelo setor de prevenção de riscos da polícia de Colônia, Michael Temme, disse que os ataques foram realizados por pessoas que acham que devem "fazer justiça com as próprias mãos".

Os ataques xenófobos foram uma reação aos incidentes ocorridos no Ano Novo na estação de trem de Colônia.

Mais de mil homens, a maioria com traços "árabes e do norte da África", se reuniram no local e, em grupos, agrediram sexualmente dezenas de mulheres.

Na última sexta-feira, o porta-voz do Ministério do Interior da Alemanha, Tobias Plate, informou que a Polícia Federal, encarregada da segurança na estação, identificou 31 das pessoas envolvidas nos crimes, e que 18 deles eram solicitantes de asilo.

O ministro da Justiça da Alemanha, Heiko Mass, alertou hoje sobre as tentativas de neonazistas e outros grupos de extrema-direita de instrumentalizar o fato de várias centenas de homens, muitos deles estrangeiros, terem tentado assediar sexualmente muitas mulheres.

Maas indicou que uma onda de insultos contra refugiados na internet faz pensar que há pessoas que esperavam apenas um incidente como o de Colônia para libertar seu ódio racial.

"De outro modo não se explica de maneira descarada como alguns grupos instrumentalizaram o ocorrido", explicou.

O ministro da Justiça classificou o assédio ocorrido na estação de trem de Colônia como "asqueroso", mas ressaltou que a ação não serve como justificativa para incitar o ódio contra estrangeiros e refugiados.

O problema reacendeu uma discussão na Alemanha sobre a possibilidade de melhorar os mecanismos de expulsão de estrangeiros que cometam crimes no país.

O porta-voz do governo da Alemanha, Steffen Seibert, disse hoje que, embora seja necessário esclarecer o que de fato ocorreu em Colônia, é preciso pensar também na grande maioria de refugiados que buscam refúgio na Alemanha e que se comportam pacificamente.

"Temos que propor medidas para proteger a população alemã, mas também a grande maioria dos refugiados", indicou Seibert.

A polícia já recebeu mais de 500 denúncias relacionadas com os fatos ocorridos no Ano Novo em Colônia.

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