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Ataques no Paquistão matam onze pessoas

Ataques deixaram dezenas de feridos na província do Baluchistão, região alvo de ataques sunitas contra a minoria xiita

Policial paquistanês inspeciona micro-ônibus após ataque de homens armados que deixou oito mortos no sudoeste do país (Banaras Khan/AFP)

Policial paquistanês inspeciona micro-ônibus após ataque de homens armados que deixou oito mortos no sudoeste do país (Banaras Khan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 16h31.

Quetta - Um atentado suicida contra o maior partido islamita do Paquistão, um ataque contra a minoria xiita e a explosão de uma bomba contra um comboio militar causaram a morte de pelo menos onze pessoas e deixaram dezenas de feridos nesta quinta-feira na província do Baluchistão.

A província do Baluchistão é sacudida por frequentes ataques de grupos sunitas radicais contra a minoria xiita, que representa quase 20% da população paquistanesa.

Mas, nesta quinta-feira, sua capital Quetta registrou três ataques seguidos. Durante a manhã, dois homens atiraram contra xiitas da minoria étnica hazara perto de um mercado de frutas e verduras no subúrbio da cidade.

Oito xiitas morreram e um ficou ferido, segundo um porta-voz da polícia local, Imran Qureshi.

Poucas horas depois, uma bomba em uma moto explodiu na passagem de um comboio militar, matando pelo menos duas pessoas que passavam pelo local e ferindo outras doze, de acordo com as autoridades.

No final da tarde, uma bomba explodiu durante um importante comício do principal partido islamita do Paquistão, o Jamaat-e-Ulema-e-Islam (JUI-F). Seu líder, Fazlur Rehman, disse que ele era o alvo do atentado.

Uma pessoa morreu e 17 ficaram feridas nesse ataque, indicou o chefe da polícia local, Abdul Razzaq Cheema.

O ato não foi reivindicado, mas Rehman e seu partido já foram atacados várias vezes por talibãs paquistaneses, apesar de serem mediadores nas negociações entre o governo e os insurgentes.

Já o ataque contra os xiitas ocorreu a poucos dias do mês muçulmano do Muharram, muito celebrado por essa minoria.

Nos últimos dois anos, quase 1.000 xiitas morreram em atos violentos, principalmente membros da etnia hazara, facilmente identificada por suas características físicas mais ligadas às dos povos do extremo Oriente.

Em um relatório divulgado na semana passada, a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão (HRCP, nas siglas em inglês), uma agência independente, estimou em 200 mil o número de xiitas hazaras que fugiram do Baluchistão na última década.

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