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Ataques do Hamas em Israel: Lula se diz chocado e Brasil convoca reunião na ONU

Presidente brasileiro repudiou ato terrorista e quer que a comunidade internacional se engaje em negociações de paz

Foguetes disparados contra Gaza neste sábado: Lula condena os ataques a Israel (AFP/AFP)

Foguetes disparados contra Gaza neste sábado: Lula condena os ataques a Israel (AFP/AFP)

Publicado em 7 de outubro de 2023 às 13h29.

Última atualização em 7 de outubro de 2023 às 13h48.

O governo brasileiro condenou neste sábado, 7, os ataques de mísseis do Hamas a Israel, que deixaram ao menos 40 mortos e cerca de 800 feridos em solo israelense, e anunciou que vai convocar uma reunião de emergência no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se pronunciou no início desta tarde sobre os ataques a Israel. Ele se disse "chocado" e repudiou o "terrorismo em qualquer de suas formas".

Leia mais: 'Isto é inédito', dizem especialistas sobre ataque surpresa do Hamas e declaração de guerra

"O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU", escreveu. "Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados."

Mais cedo, o governo israelense declarou que está “em guerra", após a ofensiva sem precedentes de insurgentes da Palestina, e respondeu contra-atacando alvos em Gaza. Segundo autoridades palestinas, o número de mortos na região chegou a 198.

O Brasil exerce ao longo de outubro a presidência rotativa do Conselho de Segurança, em Nova York, e tem a prerrogativa de convocar reuniões de última hora para discutir situações graves de segurança no mundo.

"Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão", disse o Ministério das Relações Exteriores, em nota.

O Itamaraty afirmou que a continuidade do conflito em Israel e na Palestina não é uma "alternativa viável" e considerou ser “urgente a retomada de negociações de paz". O governo brasileiro pediu que os dois lados no confronto evitem a escalada da situação.

"O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz", disse o Itamaraty.

Segundo o governo federal, até o momento não há informações de vítimas brasileiras, seja em Israel ou na Palestina.

Leia a íntegra da nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores:

"O governo brasileiro condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados hoje em Israel a partir da Faixa de Gaza, provocando a morte de ao menos 20 cidadãos israelenses, além de mais de 500 feridos. Expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo de Israel.

Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação.

Não há, até o momento, notícia de vítimas entre a comunidade brasileira em Israel e na Palestina.

O Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina.

Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão.

O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz."

Com Estadão Conteúdo

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