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Ataques do Boko Haram deixam mais 30 mortos na Nigéria

As cidades de Thlaimakalama e Gatamarwa foram inteiramente destruídas, incendiadas pelos islamitas, que fugiram após reação do exército nigeriano


	Boko Haram: o ataque aconteceu próximo à cidade Chibok, que ganhou notoriedade em abril passado quando combatentes do Boko Haram sequestraram 276 alunas
 (AFP)

Boko Haram: o ataque aconteceu próximo à cidade Chibok, que ganhou notoriedade em abril passado quando combatentes do Boko Haram sequestraram 276 alunas (AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 15h18.

Kano - Ao menos 30 pessoas morreram nesta quinta-feira em ataques do grupo Boko Haram contra duas cidades perto de Chibok, nordeste da Nigéria, onde a formação islamita sequestrou em abril passado mais de 200 meninas.

As cidades de Thlaimakalama e Gatamarwa foram inteiramente destruídas, incendiadas pelos islamitas, informou à AFP Pogo Bitrus, chefe do Conselho de Anciões de Chibok.

"Segundo as informações dos habitantes das duas cidades, ao menos 30 pessoas foram mortas nos ataques", afirmou Bitrus.

Luka Haruna, que vive em Chibok, confirmou o número de mortos e que os povoados foram completamente destruídos.

Os insurgentes cruzaram os dois povoados enquanto fugiram da localidade vizinha de Askira Uba, que invadiram na noite de segunda-feira, acrescentou.

Centenas de combatentes do Boko Haram incendiaram casas e prédios públicos nessa cidade, apesar da campanha militar regional para deter a insurreição islamita iniciada há seis anos.

Habitantes que fugiram de Askira Uba contaram que pediram ajuda às tropas posicionadas em Chibok, a 25 km, mas estas se negaram a intervir.

Os islamitas fugiram depois que os soldados decidiram finalmente agir.

Alguns se dirigiram para Gwoza, na fronteira com Camarões, e para a floresta de Sambisa, onde o grupo tem acampamentos.

Boko Haram tomou Gwoza em junho e a integrou ao seu "califado islamita". Agora a cidade é considerada quartel-general do grupo.

O exército nigeriano declarou nesta quinta-feira que seus aviões haviam bombardeado a floresta de Sambisa depois que o Chade, que também está envolvido na luta contra os islamitas, atacou a cidade vizinha de Dikwa.

Chibok ganhou notoriedade em abril passado quando combatentes do Boko Haram sequestraram 276 alunas secundárias da cidade.

O sequestro coletivo abalou o país e causou indignação da comunidade internacional. Uma campanha pelas redes sociais exige a liberdatação das estudantes, que muitas vezes são usadas como mulher-bomba em atentados.

Dez meses depois, 219 continuam em mãos dos islamitas depois que 57 conseguiram escapar.

Na quarta-feira, o exército nigeriano anunciou que mais de 300 jihadistas do Boko Haram foram mortos quando soldados retomaram a cidade de Monguno, no nordeste do estado de Borno, enquanto no Chade, forças armadas anunciaram a morte de 117 islamitas em confronto com suas tropas.

Não houve verificação independente sobre estas afirmações, que se seguiram a revelações sobre baixas similares do Boko Haram feitas por Níger, Chade e Camarões, países envolvidos no combate regional a estes militantes.

Milícias civis da cidade de Monguno confirmaram que a cidade tinha sido retomada, mas informaram apenas que houve grandes baixas, sem especificar a quantidade.

Na segunda-feira, o exército nigeriano informou ter retomado o controle de Monguno, depois que militantes ocuparam a cidade em 25 de janeiro, fazendo despertar temores de um ataque à capital do país, Borno.

Monguno fica cerca de 125 km ao norte de Maiduguri, considerada chave para os militantes em sua busca de estabelecer um Estado islâmico radical.

O Boko Haram, que controla vastos territórios do nordeste da Nigéria, matou ao menos 13.000 pessoas desde 2009 e nos últimos meses alcançou extensão regional.

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