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Ataques de Israel podem constituir crimes de guerra, diz ONU

Alta comissária da ONU para Direitos Humanos denunciou que ataques de Israel contra Gaza podem constituir crimes de guerra


	Corpo de criança palestina morta no Hospital de al-Aqsa, em Gaza
 (Getty Images)

Corpo de criança palestina morta no Hospital de al-Aqsa, em Gaza (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 11h15.

Genebra - A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou nesta quarta-feira que os ataques do exército israelense contra Gaza poderiam constituir crimes de guerra.

"Os exemplos que acabo de mencionar (ataques israelenses contra civis indefesos) mostram que a lei humanitária internacional foi violada até um alcance que poderiam constituir crimes de guerra", assinalou Navi perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que hoje realiza uma sessão especial sobre a incursão israelense.

Ela começou sua declaração lembrando que os ataques israelenses causaram a morte de 600 palestinos - entre eles 147 crianças e 74 mulheres -, 74% dos quais eram civis. Informou ainda que 27 soldados e dois civis israelenses morreram durante estes ataques e destacou que civis e suas casas não devem ser alvos militares.

"As casas de civis não são alvos legítimos, a menos que sejam usados ou contribuam para propósitos militares. Em caso de dúvida, as casas de civis não são alvos legítimos".

Navy qualificou como "inaceitável" o lançamento de foguetes de áreas densamente povoadas, como presumivelmente faz o grupo islamita Hamas, "no entanto, a lei internacional é clara: as ações de uma parte não absolvem à outra de sua responsabilidade de respeitar suas obrigações sob a lei internacional".

Ela concordou com o argumento israelense de alertar antes de atacar, mas disse que estes avisos devem ser claros, críveis e dar tempo para que as pessoas se protejam. No entanto, a população "não tem prazo suficiente para deixar suas casas, e embora o façam, não têm onde se esconder nem sabem quando nem onde será o próximo bombardeio". Ela lembrou que um destes projéteis lançados supostamente para alertar destruiu uma casa e matou três crianças.

A alta comissária fez um especial alerta ao alto preço que as crianças pagam, e lembrou o caso de quatro menores que morreram e sete ficaram gravemente feridos quando brincavam na praia.

"A indiferença pela lei humanitária internacional é evidente quando bombardeios aéreos e navais atacam diretamente crianças que brincavam e que, obviamente, não estavam participando das hostilidades".

Navy reiterou a todas as partes do conflito "Israel, Hamas e outros grupos armados palestinos" que apliquem a lei internacional e deixem de ter como alvo os civis.

Ela lembrou que desde 12 de junho Israel deteve mais de 1.200 palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, e que muitos deles foram postos em detenção administrativa. Ou seja, estão presos sem qualquer acusação.

"Na Cisjordânia, Israel continua expandindo assentamentos, demolindo casas palestinas, usando excessivamente a força, abusando de forma contínua e violando constantemente os direitos humanos da população".

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