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Ataques atingem sede do governo norueguês e encontro trabalhista

A polícia confirmou o incidente na ilha, onde é realizada uma colônia de férias do Partido Trabalhista que receberia a visita do primeiro-ministro nesta sexta-feira

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2011 às 19h40.

OSLO (AFP) - A explosão de uma ou duas bombas de grande potência próximo à sede do governo em Oslo e uma matança em uma colônia de férias trabalhista, que deveria receber a visita do primeiro-ministro, deixaram nesta sexta-feira vários mortos e feridos, em um ataque coordenado contra o coração da Noruega.

Segundo a polícia norueguesa, sete pessoas morreram e duas ficaram gravemente feridas em uma explosão ocorrida em pleno coração da capital do país, em um bairro onde está localizado o gabinete do primeiro-ministro Jens Stoltenberg, que não se encontrava no local nesse momento.

De acordo com várias testemunhas, a polícia falou de "uma ou duas bombas".

Quase no mesmo momento, um homem disfarçado de policial abriu fogo durante um encontro das juventudes trabalhistas em Utoeya, uma ilha na periferia de Oslo, informou a televisão pública NRK.

A polícia confirmou o incidente na ilha, onde é realizada uma colônia de férias do Partido Trabalhista que receberia a visita do primeiro-ministro nesta sexta-feira. Além disso, as forças de segurança temem que haja explosivos depositados na área.

Um dos participantes declarou ao jornal Varden que tinha visto pelo menos quatro mortos. Segundo o site Nettavisen, que cita um porta-voz da polícia local, pelo menos dez pessoas foram assassinadas.

O suspeito do ataque a tiros foi detido pela polícia, que acrescentou que ele está sem dúvida ligado ao ataque no centro da capital.

O primeiro-ministro norueguês concedeu declarações à imprensa para mostrar que estava são e salvo após o atentado e classificou a situação de "muito grave".

Ao que parece, este foi o primeiro atentado a bomba cometido na Noruega, país membro da Otan envolvido nas operações no Afeganistão e na Líbia.


O atentado foi praticado à tarde em pleno coração do bairro onde estão vários ministérios e a redação do jornal VG.

Nas imagens das televisões norueguesas era possível ver a sede do gabinete do primeiro-ministro e outros edifícios completamente danificados e as calçadas cheias de estilhaços de vidro, assim como uma coluna de fumaça e várias ambulâncias amarelas.

"Vi que as janelas do edifício do VG (nome do jornal) e da sede do governo estavam estilhaçadas. Há pessoas ensanguentadas na rua", declarou uma jornalista da rádio estatal NRK que estava no local.

"Há vidro por todos os lados. É o caos total. As janelas de todos os edifícios nas imediações foram pelos ares", acrescentou a jornalista da NRK Ingunn Andersen, que inicialmente pensou em um "terremoto".

Um porta-voz da polícia instruiu os moradores de Oslo a "evitar as grandes concentrações" e permanecer em casa.

"Várias dezenas" de pessoas foram hospitalizadas com ferimentos de vários níveis de gravidade, acrescentou.

O bairro foi cercado e cães da polícia farejavam o local em busca de outros explosivos, enquanto os bombeiros lutavam contra as chamas em meio a uma paisagem desoladora.

Segundo uma fonte da polícia, um carro teria sido visto circulando a toda velocidade pouco antes da explosão, mas, por ora, não se fala de carro-bomba.

"Não temos uma teoria principal, nem sequer temos uma hipótese de trabalho", declarou uma autoridade policial.

O bairro em que ocorreu a explosão é central e muito movimentado, mas o suposto atentado aconteceu numa época em que muitos habitantes estão de férias fora da cidade.

O chefe de governo não estava em seu gabinete. "Tudo o que posso dizer a vocês é que o primeiro-ministro está em (lugar) seguro", declarou Sindre Fosum Beyer, um de seus assessores.


O governo norueguês realizará uma reunião de crise nesta sexta-feira à noite, anunciou o primeiro-ministro, entrevistado em um lugar secreto pela televisão estatal NRK.

Estados Unidos, União Europeia e Otan condenaram o atentado e apresentaram suas condolências e solidariedade à Noruega.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou condolências à Noruega e pediu aos países mais cooperação contra o terrorismo.

Obama afirmou que os ataques são "um lembrete de que toda a comunidade internacional tem o papel de prevenir este tipo de terror".

"Temos que trabalhar juntos de forma cooperativa na inteligência e em termos de prevenção deste tipo de ataques horríveis", afirmou Obama.

"Nossos corações estão com eles e forneceremos todo o suporte que pudermos", disse Obama, que recebeu mais cedo um relatório sobre os ataques de seu principal assessor de contraterrorismo, John Brennan.

Já o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, condenou a "covardia" do atentado e expressou solidariedade ao primeiro-ministro Jens Stoltenberg.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, também manifestou a sua condenação a um ataque contra um país membro da Aliança Atlântica.

"Em nome da Otan, condeno nos termos mais enérgicos possíveis os atos de violência odiosos na Noruega", declarou o secretário-geral da Otan.

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