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Ataques a colégios eleitorais na Líbia deixam um morto

Uma pessoa foi morta em uma série de ataques contra colégios eleitorais na madrugada desta quinta na Líbia

Mulheres votam em Benghazi, na Líbia: cinco colégios foram atacados com explosivos, disse o presidente da Comissão Eleitoral (Abdullah Doma/AFP)

Mulheres votam em Benghazi, na Líbia: cinco colégios foram atacados com explosivos, disse o presidente da Comissão Eleitoral (Abdullah Doma/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 13h44.

Trípoli - Uma pessoa foi morta em uma série de ataques contra colégios eleitorais na madrugada desta quinta-feira em Derna, no leste da Líbia, poucas horas antes do início da votação para a eleição de uma Assembleia Constituinte.

"Cinco colégios foram atacados com explosivos e não puderam ser abertos hoje", declarou a jornalistas o presidente da Comissão Eleitoral, Nouri al-Abbar.

Segundo ele, a Comissão está analisando a possibilidade de redirecionar os eleitores a outros locais de votação na cidade.

Uma fonte local relatou a morte de mais uma pessoa em outro ataque.

"Homens armados atiraram e mataram um segurança em uma escola que servia de colégio eleitoral durante a sua tentativa de colocar um explosivo" neste estabelecimento, sexto colégio alvejado na cidade, indicou à AFP o coordenador da rede de organizações da sociedade civil em Derna, Abdelbaset Abu Dhahab.

Por volta do meio-dia, homens armados invadiram outro colégio eleitoral perto do centro da cidade, segundo a mesma fonte.

"Homens armados dispararam para o ar e forçaram os funcionários da Comissão Eleitoral a deixar o local antes de fecha-lo", acrescentou Abu Dhahab.

Al-Abbar confirmou à AFP o incidente, dizendo, no entanto, que a Comissão estava tentando salvar o processo eleitoral na cidade.


Outras fontes locais afirmaram que os ataques tiveram como objetivo sabotar a eleição.

A cidade de Derna, reduto de grupos extremistas, é regularmente palco de ataques contra juízes ou serviços de segurança.

Na quarta-feira, o grupo jihadista Ansar Ashariaa reiterou em um comunicado a sua rejeição ao processo democrático, exigindo a aplicação da lei islâmica.

Abbar acrescentou que a Comissão não tinha sido capaz de entregar o material eleitoral em 29 postos de votação na cidade de Murzak, no sul, devido a um protesto organizado pela minoria Toubou.

Das 60 cadeiras da futura Assembleia Constituinte, seis são reservadas às minorias (Toubou, Tuaregue e Amazigh), e outras seis às mulheres.

Os amazighs, que deveriam dispor de dois assentos, boicotaram as eleições para protestar contra a falta de mecanismos para garantir seus direitos culturais na futura Constituição.

A Assembleia, portanto, só terá 58 membros, em vez de 60.

Os toubous não anunciaram oficialmente um boicote às eleições, mas alguns componentes desta minoria chamaram seus candidatos a retirar-se das eleições.

Apenas cerca de 1,1 milhão de líbios se inscreveram para votar, contra mais de 2,7 milhões nas primeiras eleições livres em 2012, de um total de 3,4 milhões de potenciais eleitores.

A Constituição, a ser elaborada pela Assembleia, deve ser aprovada por referendo e decidir sobre questões importantes, como a estrutura do poder, o status das minorias e o papel da sharia.

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