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Ataque em NY foi planejado durante semanas

O ataque aconteceu a poucas quadras do memorial do 11 de setembro de 2001 em Manhattan, perto de escolas e de um parque

Ataque em Nova York: "Ele atacou em nome do Estado Islâmico" (Shannon Stapleton/Reuters)

Ataque em Nova York: "Ele atacou em nome do Estado Islâmico" (Shannon Stapleton/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 16h10.

O autor do ataque terrorista de terça-feira (31) em Nova York, que deixou oito mortos e 12 feridos, planejou o crime durante semanas e foi cometido em nome do grupo Estado Islâmico (EI), revelou nesta quarta-feira (1o.) a polícia local.

O suspeito, identificado como o uzbeque Sayfullo Saipov, de 29 anos, "parece que planejava há várias semanas" o crime, declarou John Miller, chefe adjunto do serviço de inteligência e contraterrorismo da polícia de Nova York.

O ataque aconteceu a poucas quadras do memorial do 11 de setembro de 2001 em Manhattan, perto de escolas e de um parque, enquanto crianças e seus pais se preparavam para festejar o Dia das Bruxas.

Às 15h05 (17h05 de Brasília), o agressor jogou sua caminhonete branca contra ciclistas e pedestres em uma ciclovia às margens do rio Hudson e gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe) antes de ser baleado pela polícia no abdome.

"Ele atacou em nome do Estado Islâmico e entre os objetos encontrados no local do crime havia uma mensagem em árabe", escrita a mão, onde "proclamava que o Estado Islâmico viveria para sempre", informou o chefe da polícia.

"Ao pé da letra"

Saipov, que chegou aos Estados Unidos em 2010 e residia legalmente em Paterson, Nova Jersey, já foi interrogado no hospital onde está internado.

Miller ressaltou que o atacante parece ter seguido "ao pé da letra as instruções que o EI publicou nas redes sociais para que seus seguidores realizem ataques deste tipo".

Saipov nunca foi investigado pelo FBI - a polícia federal americana - nem pela inteligência policial de Nova York, mas aparentemente se relacionava com pessoas investigadas pelas autoridades, explicou o chefe da polícia.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, declarou, por sua vez, que o autor do atentado "é um covarde depravado associado ao EI e que se radicalizou dentro dos Estados Unidos".

"Foi depois de sua chegada aos Estados Unidos que começou a se informar sobre o EI e o islã radical", explicou o governador, acrescentando que não há indícios de outros planos de atentados.

Poucas horas após o ataque, o presidente Donald Trump determinou o reforço do programa de controle de estrangeiros que tentam entrar no país.

Em um primeiro momento, Trump qualificou o agressor de "doente e perturbado", antes de citar o grupo Estado Islâmico: "não podemos permitir ao ISIS (grupo Estado Islâmico) retornar, ou entrar, em nosso país após o termos derrotado no Oriente Médio e em outros lugares. Basta!".

Depois, o presidente americano indicou que "certamente consideraria" mandá-lo para a prisão de Guantánamo (Cuba), e anunciou que iniciou o processo para acabar com o programa que atribuiu o Green Card por meio de loteria.

O presidente do Uzbequistão, Chavkat Mirzioyev, prometeu nesta quarta-feira "usar todas as suas forças e recursos para ajudar na investigação sobre este ato terrorista", e ofereceu pêsames ao presidente americano e às famílias das vítimas.

"Vida que segue"

A área do ataque continuava isolada nesta quarta à tarde. Dezenas de jornalistas e agentes seguiam na zona, enquanto os nova-iorquinos retomavam a rotina.

"Muitos pais não deixaram seus filhos irem à escola hoje", contou Ana Pacheco, uma estudante de 17 anos da escola Stuyvesant, que fica em frente ao local do ataque.

"Dá medo porque aconteceu aqui, onde a equipe de atletismo corre todos os dias. Se o ataque tivesse acontecido 30 minutos depois todos estariam feridos", declarou.

Para Megan Brosterman, moradora do bairro de 38 anos, o atentado é um medo que se tornou realidade, mas como muitos não pensa em mudar sua rotina e insiste na "vida que segue".

Neste espírito, a célebre maratona de Nova York vai ser realizada no domingo como planejada, segundo informou o prefeito da cidade, Bill de Blasio.

"Vai acontecer como estava planejado. Vai ser um evento extraordinário como sempre é", disse em coletiva de imprensa.

A segurança vai ser reforçada para a corrida. Mais de 50.000 corredores participam da prova, acompanhada de perto por 2,5 milhões de pessoas nas ruas da "Big Apple", especificou o prefeito.

A Chancelaria argentina informou que o ataque matou cinco argentinos, "da cidade de Rosario" (300 km ao norte de Buenos Aires), que integravam "um grupo de amigos que celebrava o 30° aniversário de formatura da Escola Politécnica desta cidade".

Uma mulher belga também faleceu, enquanto três cidadãos desse país ficaram feridos, de acordo com Bruxelas. Um alemão também está entre os feridos.

Este foi o primeiro ato vinculado ao terrorismo em Nova York desde a explosão de uma bomba artesanal, em setembro de 2016, em Chelsea, que deixou 31 feridos leves. O afegão de origem americana Ahmad Khan Rahimi foi condenado por terrorismo no início deste mês.

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