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Ataque de Israel em Gaza nos últimos dias já deixou ao menos 90 mortos, diz agência

Exército israelense intensificou bombardeios e expandiu operações terrestres ao longo da região após romper, em março, com trégua de quase dois meses com o Hamas

Agência o Globo
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Publicado em 19 de abril de 2025 às 10h07.

Última atualização em 19 de abril de 2025 às 10h08.

Ataques cometidos pelo exército de Israel em Gaza nas últimas 48 horas deixaram ao menos 90 mortos, segundo o Ministério da Saúde local, resultado da intensificação de ataques para pressionar o grupo terrorista Hamas a libertar reféns.

Nesta sexta-feira, 18, a Defesa Civil da Faixa de Gaza havia relatado a morte de 10 membros de uma mesma família, em bombardeios israelenses lançados depois que o Hamas rejeitou a mais recente proposta de trégua de Israel.

Entre as vítimas, 15 foram mortas durante a noite, entre elas mulheres e crianças, algumas delas estavam abrigadas em uma zona humanitária designada, de acordo com a equipe do hospital. Outras 11 pessoas foram mortas na cidade de Khan Younis, no sul do país, várias delas em uma tenda na área de Mwasi, onde vivem milhares de deslocados. Outras quatro pessoas foram mortas em ataques na cidade de Rafah, incluindo uma mãe e sua filha.

O negociador-chefe do Hamas, Khalil al-Hayya, disse na quinta-feira que o movimento terrorista não aceitará um acordo de trégua "parcial" proposto por Israel e afirmou que quer um pacto abrangente.

O porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal, disse, nesta sexta, que os socorristas encontraram "os corpos de 10 mártires e vários feridos na casa da família Baraka e em casas vizinhas" após os bombardeios israelenses em Khan Yunis, no sul de Gaza.

O Exército israelense intensificou seus bombardeios e expandiu as operações terrestres ao longo da faixa costeira após romper, em meados de março, com uma trégua de quase dois meses com o Hamas.

Uma fonte do grupo terrorista disse à AFP que o movimento enviou, na quinta-feira, uma resposta aos mediadores sobre uma proposta israelense de cessar-fogo de 45 dias. Israel queria a libertação de dez reféns vivos como parte deste acordo, segundo o Hamas.

Um funcionário do grupo afirmou que o plano também previa o desarmamento do grupo para garantir o fim da guerra, uma "linha vermelha inegociável" para o movimento.

Pelo menos 1.691 pessoas morreram em Gaza desde que Israel retomou sua ofensiva, elevando o número total de mortos desde o início da guerra neste território para 51.065, de acordo com dados das autoridades de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

O conflito eclodiu depois que o Hamas lançou um ataque surpresa em Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.218 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

"Não há comida"
O negociador-chefe do Hamas também pediu maior pressão internacional para pôr fim ao cerco total que Israel impõe a Gaza desde 2 de março, o que, segundo a ONU, agravou a escassez de medicamentos e suprimentos para seus aproximadamente 2,4 milhões de habitantes.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) alertou esta semana que Gaza enfrenta sua pior crise humanitária desde o início do conflito e que o território não recebe suprimentos há um mês e meio. Abdel Halim Qanan, um pescador, relatou à AFP que sua família se viu obrigada a comer carne de tartaruga.

"Não há comida. Então esta é uma alternativa a outras fontes de proteína", disse ele.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou na quarta-feira que seu país continuará bloqueando a entrada de ajuda para pressionar o Hamas. O Exército israelense estabeleceu três corredores militarizados em Gaza, que dividem o território e forçam milhares de palestinos a fugir de suas casas.

Cálculos da AFP, baseados em mapas publicados pelos militares, mostram que a área total sob controle israelense chega a mais de 185 quilômetros quadrados, o equivalente a cerca de 50% do território.

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