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Ataque de Israel contra Hezbollah deixa ao menos 274 mortos no Líbano

Mais cedo, o Exército de Israel alertou civis libaneses a se protegerem e afirmou que intensificará ataques

Ondas de fumaça saem do local de um ataque aéreo israelense na vila libanesa de Jibal el Botm, perto da fronteira Líbano-Israel, em 23 de setembro de 2024. Os militares israelenses, em 23 de setembro, disseram às pessoas no Líbano para se afastarem dos alvos do Hezbollah e prometeram para realizar ataques mais "extensos e precisos" contra o grupo apoiado pelo Irã (Kawnat HAJU/AFP)

Ondas de fumaça saem do local de um ataque aéreo israelense na vila libanesa de Jibal el Botm, perto da fronteira Líbano-Israel, em 23 de setembro de 2024. Os militares israelenses, em 23 de setembro, disseram às pessoas no Líbano para se afastarem dos alvos do Hezbollah e prometeram para realizar ataques mais "extensos e precisos" contra o grupo apoiado pelo Irã (Kawnat HAJU/AFP)

Publicado em 23 de setembro de 2024 às 08h37.

Última atualização em 23 de setembro de 2024 às 12h02.

O Ministério da Saúde do Líbano informou que ao menos 274 pessoas foram mortas e mais de 1.024 ficaram feridas, incluindo crianças, mulheres e médicos após Israel atingir mais de 300 alvos do movimento islamista Hezbollah nesta segunda-feira, 23. 

A intensa onda de bombardeios atingiu um grande número de pontos no sul do Líbano, incluindo cerca de 80 ataques concentrados na região de Nabatieh, e também afetou diversas áreas no Vale do Bekaa, no leste do país, segundo relatou a agência de notícias libanesa “ANN”.

"Estamos intensificando nossos ataques no Líbano, as ações continuarão até que alcancemos nosso objetivo de retornar os moradores do norte com segurança para suas casas", disse o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em um vídeo publicado por seu gabinete na segunda-feira

Israel incluiu o Vale do Bekaa no seu raio de ação este ano, mas até agora essa região no leste do país só tinha sido exposta a ataques limitados contra alvos específicos, como supostos armazéns de armas ou coincidindo com escaladas de tensão entre as partes.

Os bombardeios contra o território libanês nos últimos dois dias acontecem em meio de uma escalada sem precedentes desde que o fogo cruzado com o Hezbollah começou há quase um ano.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um "plano de destruição" lançado por Israel contra o seu país e apelou à ONU e aos "países influentes" para "dissuadirem" o governo israelense desta "agressão".

Os bombardeios israelenses deixaram "274 [mortos], incluindo 21 crianças e 39 mulheres - é o que sabemos até agora", disse o ministro da Saúde, Firass Abiad em uma entrevista coletiva, acrescentando que "milhares de famílias das áreas-alvo foram deslocadas".

Cerca de 5.000 pessoas ficaram feridas "em menos de uma semana" de ataques israelenses, disse ele, depois que pagers e walkie-talkies do Hezbollah explodiram e após um ataque israelense aos subúrbios ao sul de Beirute.

Explosão de pagers

Os confrontos entraram em uma nova fase depois de milhares de dispositivos de comunicação de membros do Hezbollah terem explodido simultaneamente na semana passada, em duas ondas diferentes, e após um bombardeio nos arredores de Beirute ter matado vários membros de alto escalão do grupo.

Os três ataques, atribuídos a Israel, deixaram um total de quase 80 mortos e cerca de 3.000 feridos.

Israel alertou civis libaneses

Mais cedo, o Exército de Israel aconselhou que ainda nesta segunda-feira os libaneses se "afastem" das posições do Hezbollah e alertou que prosseguirá com os bombardeios mais "extensos e precisos" contra o grupo islamista.

"Aconselhamos os civis de áreas localizadas dentro e perto de edifícios e áreas usadas pelo Hezbollah com fins militares a se afastarem imediatamente", disse o porta-voz militar Daniel Hagari.

As forças israelenses "efetuarão ataques (mais) extensos e precisos contra alvos terroristas que foram amplamente incorporados em todo o Líbano", havia acrescentado o militar em uma entrevista coletiva, em uma mensagem direta à população libanesa.

Hagari declarou que o Exército bombardeou posições do Hezbollah durante a manhã de segunda-feira.

"Os ataques continuarão no futuro próximo", disse.

Ataques do Hezbollah

Após o início do conflito, o Hezbollah começou a disparar foguetes contra o território israelense em apoio ao aliado Hamas e aos palestinos em Gaza.

"Esta é a primeira vez que fazemos esse tipo de alerta dessa forma", disse uma fonte militar de Israel.

A agência oficial libanesa ANI informou que os libaneses receberam mensagens de Israel por telefone com pedidos para abandonarem os locais em que estavam.

"Moradores de Beirute e de diversas regiões receberam mensagens na rede de telefonia fixa, cuja fonte é o inimigo israelense, com pedidos para que abandonem rapidamente os locais onde se encontram", afirmou a ANI.

O gabinete do ministro da Informação, Ziad Makari, em Beirute, disse à AFP que recebeu o mesmo alerta.

Com informações de Agência EFE, AFP e O Globo

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