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Ataque de forças paramilitares na Etiópia deixa 40 mortos e 50 feridos

Violência se intensificou no leste do país nas últimas semanas, especialmente depois que líder da região de Somali ameaçou com a secessão da zona

Etiópia: embora a Constituição da nação permita secessão das regiões federadas, o Exército interveio e obrigou Abdi Illey a renunciar (Tiksa Negeri/Reuters)

Etiópia: embora a Constituição da nação permita secessão das regiões federadas, o Exército interveio e obrigou Abdi Illey a renunciar (Tiksa Negeri/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de agosto de 2018 às 20h01.

Adis Abeba - Mais de 40 pessoas morreram e 50 ficaram feridas em um ataque na cidade de Oromia realizado por uma força paramilitar da região etíope de Somali, informou nesta segunda-feira o porta-voz do Governo.

O porta-voz do Executivo de Oromia, Negeri Lencho, explicou em uma conversa telefônica que membros da conhecida polícia Liyu ("especial", em amárico) atacaram os habitantes da cidade rural de Rogie no fim de semana passado.

"As últimas informações que tenho são de mais de 40 mortos confirmados e que mais de 50 pessoas estão feridas, mas suspeito que possa haver mais mortes entre os feridos", disse Negeri.

"A maioria das vítimas foi baleada dentro de suas casas entre sábado e domingo. Alguns corpos foram encontrados hoje. Unidades do Exército, da polícia regional de Oromia e a Polícia Federal se deslocaram à região e anunciarão em breve se conseguiram capturar os culpados", acrescentou.

A violência se intensificou no leste da Etiópia nas últimas semanas, especialmente depois que o líder da região de Somali, Abdi Mohamud Omar, que é conhecido como Abdi Illey, ameaçou com a secessão da zona.

Embora a Constituição etíope permita a secessão das regiões federadas, o Exército interveio e obrigou Abdi Illey a renunciar, a quem pôs sob custódia governamental para "prevenir possíveis banhos de sangue na região".

Abdi Illey controla esta região desde 2010, a maior em extensão da Etiópia, e é próximo às velhas guardas do governante Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (EPRDF), contrárias às políticas reformistas do novo primeiro-ministro, Abiy Ahmed.

O líder regional utiliza a polícia Liyu para não aplicar tais medidas aberturistas.

Esta força paramilitar se estabeleceu originalmente como uma unidade antiterrorista para combater a Frente Nacional de Libertação de Ogadén (ONLF), um partido político com tinturas separatistas, que anunciou ontem um "cessar-fogo unilateral" devido ao pedidos de paz e diálogo de Abiy e à renúncia de Abdi Illey.

Algumas organizações internacionais pró-direitos humanos denunciaram a polícia Liyu por torturas contra a população, estupros e assassinatos extrajudiciais.

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