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Ataque contra filme mata nove estrangeiros e três afegãos

O grupo insurgente afegão Hezb-e-Islami reivindicou o atentado suicida realizado em Cabul


	Policiais afegãos observam a área do ataque suicida em Cabul: a maioria das vítimas estrangeiras era de sul-africanos que trabalhavam para uma empresa de aviação
 (Massoud Hossaini/AFP)

Policiais afegãos observam a área do ataque suicida em Cabul: a maioria das vítimas estrangeiras era de sul-africanos que trabalhavam para uma empresa de aviação (Massoud Hossaini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 09h22.

Cabul - Uma extremista islâmica suicida matou 12 pessoas nesta terça-feira ao detonar uma bomba em Cabul, em um ato que segundo os insurgentes afegãos foi uma vingança contra a divulgação de um filme de baixo orçamento produzido nos Estados Unidos que satiriza o profeta Maomé e que provocou uma onda de protestos no mundo muçulmano.

O grupo insurgente afegão Hezb-e-Islami reivindicou o atentado suicida, que alegou ser uma resposta ao filme anti-Islã.

"A bomba foi detonada por uma mulher chamada Fátima. O atentado foi uma represália pelo insulto ao nosso profeta", declarou por telefone à AFP Zubair Sidiqi, porta-voz do Hezb-i-Islam, o segundo grupo insurgente mais importante do Afeganistão, depois dos Talibãs.

Pelo menos 12 pessoas, nove delas estrangeiras, morreram no atentado, executado contra um micro-ônibus em uma estrada que leva ao aeroporto de Cabul.

De acordo com o governo da África do Sul, dos nove estrangeiros mortos no ataque, oito eram sul-africanos que trabalhavam para uma empresa de aviação privada.

"Às 06H45 locais uma extremista explodiu seu carro (ao lado do micro-ônibus) na estrada para o Aeroporto de Cabul, na altura do Distrito 15. Nove trabalhadores estrangeiros e três afegãos morreram, e dois policiais ficaram feridos", revelou a polícia da capital afegã.

"Os estrangeiros mortos trabalhavam para uma companhia privada de segurança" que opera no terminal aéreo, disse à AFP um oficial afegão.

A ação foi reivindicada pelo Hezb-i-Islami para protestar contra o filme produzido nos Estados Unidos que mostra o profeta Maomé como assassino e homossexual.


A explosão ocorreu na ampla estrada que leva ao aeroporto, em um trecho margeado pelos chamados Palácios de Casamento, onde a população local celebra suas uniões religiosas.

O fotógrafo da AFP em Cabul viu os corpos mutilados de seis vítimas, algumas de cabelo louro, em torno de um micro-ônibus branco completamente calcinado.

A Força da Otan no Afeganistão (Isaf) confirmou o ataque.

O atentado ocorre um dia após violentos protestos no Afeganistão contra "A Inocência dos Muçulmanos", o filme satirizando o profeta Maomé que revoltou o Islã.

Em Jalalabad, mais de mil afegãos protestaram e queimaram carros da polícia na estrada que leva à cidade, ferindo levemente cerca de 50 policiais.

Manifestantes também atiraram pedras em Camp Phoenix, a base militar dos Estados Unidos na região de Cabul.

O último ataque suicida em Cabul ocorreu em 8 de setembro passado, quando um adolescente explodiu uma carga que levava junto ao próprio corpo nos arredores do Quartel General da ISAF na capital afegã, deixando cinco mortos e seis feridos, incluindo várias crianças.

O atentado coincide com a decisão da Otan de restringir o número de suas operações conjuntas com as forças do Afeganistão, após a morte de dezenas de soldados nos últimos meses vítimas de policiais e soldados afegãos.

A maioria das patrulhas conjuntas e grupos de operação só serão realizados agora a partir de um determinado número de efetivos, e a cooperação com unidades menores deverá ser avaliada "caso a caso e aprovada pelos comandos regionais" da Otan, anunciou a Força Internacional para o Afeganistão (Isaf).

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