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Ataque com carro-bomba mata 50 pessoas na Líbia

No início da manhã, um caminhão-pipa transformado em caminhão-bomba avançou contra um centro de formação da polícia


	Líbia: "Entre 50 e 55 pessoas morreram e pelo menos 100 ficaram feridas em Zliten"
 (Abdullah Doma/AFP)

Líbia: "Entre 50 e 55 pessoas morreram e pelo menos 100 ficaram feridas em Zliten" (Abdullah Doma/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 11h20.

Ao menos 50 pessoas morreram nesta quinta-feira em um atentado com caminhão-bomba contra uma Academia da Polícia em Zliten, oeste da Líbia, em um dos ataques mais violentos dos últimos meses em um país mergulhado no caos.

No início da manhã, um caminhão-pipa transformado em caminhão-bomba avançou contra um centro de formação da polícia na cidade de Zliten.

"Entre 50 e 55 pessoas morreram e pelo menos 100 ficaram feridas em Zliten", afirmou à AFP o porta-voz do ministério da Saúde de Trípoli, Ammar Mohamed Ammar.

Uma fonte das forças de segurança havia anunciado mais cedo um balanço de 45 mortos e um número indeterminado de feridos, que foram levados para vários hospitais da região, que fica 170 km ao leste de Trípoli. O ataque não foi reivindicado até o momento.

A Líbia está mergulhada no caos, com dois governos rivais que disputam o poder: um com sede no leste, reconhecido pela comunidade internacional, e o outro na capital, Trípoli, vinculado à coalizão de milícias Fajr Libya.

A agência de notícias leal ao governo de Trípoli, que controla Zliten, anunciou 50 mortos e 127 feridos no atentado e citou como fonte o médico Abdel Motaleb Ben Halim, que trabalha no principal hospital local.

O atentado aconteceu no bairro de Sug al-Talata, no centro da cidade, muito movimentado no momento da explosão.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) aproveitou o caos no país para entrar na Líbia e já reivindicou vários ataques violentos.

O EI controla a cidade de Sirte (450 km ao leste de Trípoli) e tenta avançar para outras regiões.

O grupo jihadista luta contra os dois governos, tanto o instalado no leste do país como o que tem sede em Trípoli.

No início da semana, combates entre guardas de unidades petroleiras e os integrantes do EI na região norte do país deixaram vários mortos e ao menos quatro tanques de petróleo incendiados.

No Twitter, o emissário especial da ONU para a Líbia, Martin Kobler, condenou o atentado e pediu a "todos os líbios que se unam urgentemente para combater o terrorismo".

A ONU tenta instaurar um governo de união nacional na Líbia. Kobler insistiu na necessidade do Parlamento aprovar a formação de um governo para que o EI não seja beneficiado.

No dia 17 de dezembro, integrantes dos parlamentos rivais e representantes da sociedade civil líbia assinaram no Marrocos um acordo político mediado pelas Nações Unidas. O texto prevê a formação de um governo de unidade com sede em Trípoli e precisa ser ratificado até 17 de janeiro.

A situação na Líbia provoca grande preocupação entre os países ocidentais, especialmente pela presença do grupo Estado Islâmico.

Texto atualizado às 12h19.

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