Ataque deixou também 125 feridos (Feisal Omar/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de dezembro de 2019 às 09h32.
Última atualização em 28 de dezembro de 2019 às 13h13.
Mogadíscio - A explosão de um carro-bomba em um posto de controle em Mogadíscio, na conexão entre a capital da Somália e a cidade de Afgooye, deixou ao menos 92 mortos e 128 feridos neste sábado.
Os novos números foram informados à Agência Efe por Nasra Ali, médico do Hospital Medina, que advertiu que muitos dos feridos estão morrendo devido à escassez de bolsas de sangue.
Entre os mortos estão 17 estudantes da universidade privada de Benadir, que passavam pelo local de micro-ônibus no momento do incidente.
Também morreram dois engenheiros turcos que trabalhavam na empresa encarregada das obras na estrada, segundo confirmou a Embaixada da Turquia.
"Nossa ambulância chegou logo. Encontramos corpos espalhados e pessoas feridas. Alguns dos corpos tinham sido queimados vivos", relatou Abshir Mohamed Amina, um dos médicos do serviço de emergência.
O ataque ocorreu às 8h (hora local; 2h em Brasília), um horário de pico, quando um suposto suicida explodiu uma minivan perto de um posto de controle de segurança no cruzamento por onde passam veículos que saem e entram em Mogadíscio procedentes de Afgooye.
Dezenas de famílias continuam aguardando fora dos hospitais Erdogan, Medina e da clínica Kalkaal para saber o estado de saúde dos parentes. As autoridades de saúde já solicitaram que a população doe sangue.
"Foi pedido para que outros pacientes, parentes e até mesmo médicos, enfermeiras e profissionais do hospital doem sangue urgentemente para ajudar as vítimas. A situação é ruim", comentou Yahye Ismail, médica do Hospital Erdogan.
"Não me lembro de uma tragédia semelhante desde o ataque de Zoobe (em Mogadíscio)", comentou Amina, em alusão ao atentado com caminhões-bombas em um mercado na capital que deixou 587 mortos em 14 de outubro de 2017.
Com o número de mortes atual, o atentado deste sábado é o terceiro mais fatal da história de Mogadíscio, superado apenas pelo de Zoobe e pela explosão de um terrorista suicida do Al Shabab que matou mais de cem pessoas em outubro de 2011.
"Envio minhas mais profundas condolências às famílias e amigos que perderam entes queridos. É claro que os terroristas não deixarão (tranquila) nenhuma pessoa neste país. Eles são nossos inimigos e nós temos que nos concentrar em eliminá-los", disse o presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmajo, em entrevista coletiva.
Nenhum grupo terrorista reivindicou ainda a responsabilidade por este ataque, embora o grupo jihadista Al Shabab - que ataca frequentemente os agentes de segurança nos postos de controle - tenha sido contra a construção desta estrada.