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Ataque coloca política imigratória de Merkel em xeque

Jovem afegão que atacou passageiros com um machado em um trem na Baviera entrou na Alemanha no verão local passado com leva de imigrantes, disseram autoridades


	Angela Merkel: Alemanha recebeu cerca de um milhão de imigrantes em 2015, muitos fugindo de guerras no Afeganistão, na Síria e no Iraque
 (Fabrizio Bensch / Reuters)

Angela Merkel: Alemanha recebeu cerca de um milhão de imigrantes em 2015, muitos fugindo de guerras no Afeganistão, na Síria e no Iraque (Fabrizio Bensch / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2016 às 16h12.

Munique - Um jovem afegão que atacou passageiros com um machado em um trem na Baviera entrou na Alemanha no verão local passado com uma leva de imigrantes, disseram autoridades nesta terça-feira, despertando mais questionamentos sobre a política de portas abertas a refugiados da chanceler alemã, Angela Merkel.  

O jovem de 17 anos, que uma testemunha disse ter gritado "Allahu Akbar" (Deus é grande) durante o ataque, feriu gravemente quatro moradores de Hong Kong no trem na noite de segunda-feira e machucou uma moradora local. Ele foi depois morto a tiros pela polícia.

O caso deve aprofundar os temores de ataques dos chamados "lobos solitários" na Europa e pode representar uma pressão política sobre Merkel, que acolheu centenas de milhares de imigrantes em seu país no ano passado.

O agressor chegou à Alemanha como um menor desacompanhado e foi registrado como refugiado no dia 30 de junho do ano passado em Passau, informaram autoridades.

A Alemanha recebeu cerca de um milhão de imigrantes em 2015, muitos fugindo de guerras no Afeganistão, na Síria e no Iraque.

"Nas mentes de muitas pessoas, sua chegada está ligada diretamente a Merkel e suas políticas de refugiados liberais", disse Frank Decker, cientista político da Universidade de Bonn.

O ataque ocorreu dias depois de um motorista a bordo de um caminhão matar 84 pessoas avançando contra uma multidão em uma avenida à beira-mar de Nice, cidade da Riviera Francesa. O Estado Islâmico assumiu a autoria do incidente.

O apoio público a Merkel aumentou desde que o Reino Unido decidiu se separar da União Europeia em um referendo no dia 23 de junho, o que ajudou a reverter uma queda em sua popularidade causada pela crise de refugiados. Decker disse que uma agressão ao estilo da de Nice em solo alemão poderia anular esses ganhos rapidamente.

"Culpariam Merkel", opinou ele. Ao contrário dos vizinhos França e Bélgica, a Alemanha não foi vitimada por nenhum grande atentado de militantes islâmicos nos últimos anos, embora autoridades de segurança tenham frustrado um grande número de complôs.

Um líder do partido anti-imigrante Alternativa para a Alemanha (AfD) disse que Merkel e seus apoiadores têm culpa pela situação de segurança perigosa porque "suas políticas acolhedoras trouxeram muitos homens muçulmanos jovens, incultos e radicais para a Alemanha".

O imã Arbab Ahmad, cuja mesquita em Wuerzburg fica a cerca de 12 quilômetros do cenário do ataque, disse temer um efeito colateral contra os muçulmanos na esteira da agressão no trem.

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