Agência de notícias
Publicado em 17 de junho de 2025 às 15h43.
Um ataque cibernético interrompeu os serviços do Banco Sepah, uma das instituições financeiras mais antigas e amplamente utilizadas no Irã, informou nesta terça-feira, 17, a agência de notícias FARS.
As interrupções na instituição causaram problemas em alguns postos de gasolina do país que dependem do Sepah para processar transações. Além do ataque, a imprensa iraniana informou que também houve um corte generalizado da internet em todo o país nesta terça-feira.
A autoria do ataque foi reivindicada pelo grupo de hackers “Gonjeshke Darande” — ou “Pardal Predador” — que declarou ter “destruído todos os dados do Banco Sepah”, segundo o jornal Times of Israel. A organização, que de acordo com a rede americana CNN é ligada a Israel, tem um histórico de ataques cibernéticos contra o Irã nos últimos anos, incluindo contra postos de gasolina e uma siderúrgica.
“O Banco Sepah era uma instituição que burlava sanções internacionais e usava o dinheiro do povo do Irã para financiar os terroristas representados pelo regime, seu programa de mísseis balísticos e seu programa nuclear militar”, afirmou o grupo em publicação no X.
Em outro trecho, os hackers afirmam: “É isso que acontece com instituições dedicadas a manter as fantasias terroristas do ditador”, agradecendo ainda “aos bravos iranianos cuja ajuda tornou esta operação possível”.
Além do Banco Sepah, clientes dos bancos Ansar e Kosar também enfrentaram dificuldades.
Já de acordo com a agência IRNA, o Banco Central do Irã declarou que “todas as operações bancárias estavam funcionando sem problemas e que os bancos continuavam a fornecer serviços aos seus clientes”. No entanto, a alegação contrasta com informações do Iran International, veículo de oposição sediado em Londres, que relatou o fechamento de diversas agências do Sepah, além da reclamação de clientes impedidos de acessar suas contas.
Além do ataque, houve um corte generalizado da internet em todo o país. Desde sexta-feira, quando Israel lançou mísseis contra as instalações militares e nucleares iranianas, Teerã restringiu o acesso à Internet. "Os usuários de internet em várias províncias estão reportando interrupções generalizadas", informou o jornal Ham Mihan.
A "Gonjeshke Darande" já havia reivindicado ataques cibernéticos anteriores no Irã. Em dezembro de 2023, poucos meses após o ataque do Hamas em Israel, o grupo de hackers alegou ter paralisado postos de gasolina em todo o Irã em um ataque cibernético "em resposta à agressão da República Islâmica e seus representantes".
À época, a empresa alegou ter obtido acesso aos sistemas de pagamento dos postos de gasolina afetados, bem como ao servidor central e ao sistema de gerenciamento de cada posto.
Nos últimos anos, o Irã sofreu uma série de ataques cibernéticos contra seus postos de gasolina, sistema ferroviário e indústrias. Câmeras de vigilância em prédios governamentais, incluindo prisões, também foram hackeadas no passado.
O país, de acordo com o Times of Israel, desconectou grande parte de sua infraestrutura governamental da internet depois que o vírus de computador Stuxnet — considerado uma criação conjunta dos EUA e Israel — interrompeu milhares de centrífugas iranianas em instalações nucleares do país no final dos anos 2000.