Mundo

Ataque atribuído aos rebeldes curdos mata 6 na Turquia

O ataque com carro-bomba teve como alvo a delegacia central de Cinar, a 30 km da cidade de Diyarbakir, a grande cidade do sudeste da Turquia, de maioria curda


	Atentados: quatro pessoas, incluindo um bebê, faleceram do desabamento de um edifício próximo ao carro-bomba
 (Ilyas Akengin / AFP)

Atentados: quatro pessoas, incluindo um bebê, faleceram do desabamento de um edifício próximo ao carro-bomba (Ilyas Akengin / AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2016 às 08h21.

Seis pessoas morreram e 39 pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira em um ataque contra uma delegacia no sudeste da Turquia, atribuído pelo governo aos rebeldes curdos, dois dias depois de um atentado executado pelo Estado Islâmico (EI) em Istambul.

O ataque com carro-bomba teve como alvo a delegacia central de Cinar, a 30 km da cidade de Diyarbakir, a grande cidade do sudeste da Turquia, de maioria curda.

O ataque inicial com um carro-bomba matou duas pessoas, informou o governo da província de Diyarbakir.

Outras quatro pessoas, incluindo um bebê, faleceram do desabamento de um edifício próximo, residência de policiais e suas famílias, em consequência dos danos provocados pela explosão, segundo as autoridades.

As vítimas fatais são todas civis, mas entre os feridos também estão policiais.

A delegacia e outros imóveis próximos sofreram graves danos.

Após a explosão do carro-bomba, supostos combatentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) iniciaram um ataque com foguetes, o que provocou uma resposta das forças de segurança.

Os combates duraram 40 minutos.

"Nós estávamos indo deitar quando ouvimos uma enorme explosão. Pensei que era uma bomba atômica", disse à AFP Sitki Dinç, que mora perto da delegacia.

"A onda expansiva me tirou do chão. Depois ouvi tiros. Reuni meus filhos e nos escondemos no porão", afirmou.

A polícia procura os autores do ataque em Cinar.

Depois de dois anos de cessar-fogo, os combates entre as forças de segurança turcas e o PKK foram retomados no ano passado, o que acabou com as negociações de paz iniciadas em 2012 para tentar acabar com um conflito que deixou mais de 40.000 mortos desde 1984.

Em meados de dezembro, o exército turco iniciou uma grande ofensiva, com o auxílio de tanques e helicópteros, para expulsar os jovens rebeldes curdos das cidades de Silopi e Cizre, onde o governo instaurou o toque de recolher, e do distrito Sul em Diyarbakir.

Ao menos 200 policiais e soldados morreram nos combates, que também resultaram na morte de quase 3.000 "terroristas", afirmou no final do ano passado o presidente Recep Tayyip Erdogan.

Os combates também provocaram a morte de 170 civis, segundo a Associação de Direitos Humanos (IHD) da Turquia.

O conservador-islâmico Erdogan, cujo partido venceu as eleições legislativas de novembro, prometeu "erradicar" o PKK e multiplicou nas últimas semanas as declarações incendiárias contra o Partido Democrático dos Povos (HDP), favorável aos curdos e acusado de "cumplicidade" com os rebeldes.

O ataque de Cinar aconteceu dois dias depois de um atentado do grupo EI em Istambul, que matou 10 turistas alemães e deixou 17 feridos no distrito turístico de Sultanahmet, perto da basílica de Santa Sofia e da Mesquita Azul, dois locais muito visitados na maior cidade da Turquia.

O país, considerado durante muito tempo complacente com os rebeldes radicais sírios, aderiu em agosto à coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos.

Desde o atentado de 10 de outubro de 2015 que matou 103 pessoas perto da estação ferroviária de Ancara, atribuído ao Estado Islâmico, o governo intensificou as operações e detenções nos círculos jihadistas.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaAtaques terroristasEuropaTerrorismoTurquia

Mais de Mundo

Por que as inundações na Espanha deixaram tantos mortos?

Autoridades venezuelanas intensificam provocações ao governo Lula após veto no Brics

Projeto de energias renováveis no Deserto de Taclamacã recebe aporte bilionário da China

Claudia Sheinbaum confirma participação na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro