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Ataque a tiros em sinagoga da Califórnia deixa um morto e três feridos

Tiroteio ocorre seis meses depois de um supremacista branco matar 11 pessoas em uma sinagoga de Pittsburgh

Califórnia: vigília é feita após ataques de sábado (John Gastaldo/Reuters)

Califórnia: vigília é feita após ataques de sábado (John Gastaldo/Reuters)

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AFP

Publicado em 28 de abril de 2019 às 09h15.

Última atualização em 28 de abril de 2019 às 09h34.

Um homem armado abriu fogo em uma sinagoga na localidade californiana de Poway, deixando um morto e três feridos, entre eles o rabino, enquanto os fiéis celebravam o último dia da Páscoa judaica, disseram funcionários do governo neste sábado (27).

O ataque a tiros nesta cidade de cerca de 50.000 habitantes, 40 km ao norte de San Diego, ocorre seis meses depois de um supremacista branco matar 11 pessoas em um ataque em uma sinagoga de Pittsburgh, na Pensilvânia, o pior contra um lugar de culto judeu na história dos Estados Unidos.

"Tivemos quatro pessoas com ferimentos de bala. Temos uma morte. O rabino recebeu um tiro na mão. Segundo tenho entendido, nenhuma das outras lesões é potencialmente mortal", disse o prefeito Steve Vaus à rede de notícia MSNBC.

A polícia deteve o suposto autor dos disparos, um jovem de 19 anos que vive em San Diego, enquanto os investigadores estão controlando sua atividade nas redes sociais, onde postou uma carta aberta, disse o xerife do condado de San Diego, Bill Gore.

A falecida é uma mulher e os feridos são uma jovem e dois homens adultos, acrescentou em coletiva de imprensa.

O agressor utilizou um fuzil "tipo AR-15", usado em muitos ataques a tiros nos Estados Unidos.

"Estava me preparando para fazer tarefas em meu jardim quando escutei seis ou sete detonações", contou ao canal local NBC7 Christopher Folts, que mora perto da sinagoga. "Houve uma pausa, uma voz de mulher gritando e depois outras seis ou sete detonações".

Um guarda fronteiriço que estava de folga e estava no local atirou contra o suspeito quando este estava fugindo e alcançou o veículo no qual ele se deslocava.

O homem foi detido por uma equipe da polícia canina que correu para a cena do ataque, apontou o chefe de polícia de San Diego, David Nisleit.

Identidade revelada

"Claramente viu o veículo do suspeito, que saltou com as mãos para o alto" e foi imediatamente detido pelo departamento de polícia de San Diego.

Gore não revelou a identidade do suspeito nem o motivo do ataque. Disse apenas que era de San Diego e que as autoridades estavam examinando sua atividade nas redes sociais e estabelecendo a autenticidade de uma carta aberta antissemita publicada em um fórum de extrema direita antes do ataque.

Informes noticiosos locais que citam fontes policiais identificaram o suspeito como John T. Earnest.

O manifesto, consultado pela AFP, é similar ao publicado por Brenton Tarrant, um supremacista branco que esteve por trás dos ataques de 15 de março à mesquita de Christchurch, Nova Zelândia, que deixaram 50 mortos.

A carta do suspeito do ataque de Poway elogia as ações de Tarrant e o agressor de Pittsburgh e se responsabiliza por um atentado incendiário a uma mesquita na Califórnia uma semana depois do ataque de Christchurch.

"O mal do antissemitismo e do ódio"

O prefeito de Poway homenageou "os membros da congregação que se opuseram ao agressor e evitaram assim um incidente muito mais horrível".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado durante um comício em Wisconsin que condena "o mal do antissemitismo e do ódio".

"Esta noite, o coração dos Estados Unidos está com as vítimas do horrível ataque a tiros da sinagoga na Califórnia, simplesmente aconteceu", continuou o presidente.

Em um comunicado, a diretora do Museu do Holocausto de Washington, declarou-se "alarmada por este segundo ataque contra uma sinagoga em seis meses".

"Hoje nossos pensamentos estão com as vítimas e suas famílias, mas logo será necessário recordar que o antissemitismo é uma ameaça crescente e mortal", acrescentou.

"O antissemitismo continua levantando a cabeça e provocando vítimas", disse o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon. "É tempo de passar à ação, de declarar uma guerra decidida (ao antissemitismo), e não só condená-lo moralmente, o que permite às forças do ódio reviver as horas sombrias da história".

No Twitter, a congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez disse que estava "destroçada" com as notícias do ataque.

"Temos a responsabilidade de amar e proteger nossos vizinhos", apontou.

"O ódio e a violência têm que ser detidos", afirmou Mike Levinel, membro pela Califórnia da Câmara de Representantes.

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