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Ataque a depósito de armas deixa 69 mortos no Iêmen

Caças militares da coalizão bombardearam várias vezes o depósito localizado em Monte Noqom, uma colina com vista para o leste da capital iemenita


	A organização humanitária Human Rights Watch denunciou a tendência dos huthis de recrutar crianças, o que tem aumentado nos últimos meses; já constituem um terço dos combatentes
 (STR/AFP)

A organização humanitária Human Rights Watch denunciou a tendência dos huthis de recrutar crianças, o que tem aumentado nos últimos meses; já constituem um terço dos combatentes (STR/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2015 às 13h18.

Sana - Pelo menos 69 pessoas morreram em explosões num depósito de armas perto de Sanaa, provocadas por ataques da coalizão liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes iemenitas, pouco depois da chegada do emissário da ONU à capital do Iêmen e antes do início de um cessar-fogo.

"Pelo menos 69 pessoas, a maioria civis, foram mortas e 250 feridas", declarou uma fonte médica, citando um balanço atualizado de vítimas nas explosões neste local, que foi bombardeado na segunda-feira e terça-feira.

Caças militares da coalizão bombardearam várias vezes o depósito localizado em Monte Noqom, uma colina com vista para o leste da capital iemenita.

Neste contexto de violência, o novo emissário das Nações Unidas para o Iêmen, o mauritano Ismaïl Ould Cheikh Ahmed, chegou nesta terça-feira a Sanaa com a missão de relançar as negociações para uma solução política ao conflito, que entrou em uma nova fase em 26 de março com o lançamento, por uma coalizão árabe liderada por Riad, de ataques aéreos para evitar o avanço dos rebeldes xiitas huthis.

Esta é a primeira missão do diplomata no Iêmen desde que substituiu, em 25 de abril, o marroquino Jamal Benomar.

Citado pela agência oficial Saba, controlada pelos huthis, ele disse estar "convencido de que uma solução para a crise passa pelo diálogo, que deve ser inter-iemenita".

Durante uma visita na sexta-feira a Riad, ele se reuniu com o presidente iemenita Adb Rabbo Mansur Hadi, refugiado na Arábia Saudita desde os primeiros dias da operação da coalizão.

Os novos bombardeios e combates entre os rebeldes huthis e os partidários do presidente Hadi complicam a missão do emissário, no momento em que um cessar-fogo está previsto para entrar em vigor nesta terça às 23h00 (17h00 de Brasília).

Em Áden, a grande cidade do sul do país, os combates prosseguem, com seis pessoas, incluindo civis, mortos nas últimas 24 horas.

No sudoeste, cinco civis morreram nesta terça-feira na queda de um morteiro em uma lojao, uma casa e uma mesquita em Taez, segundo fontes médicas.

No total, 828 civis morreram desde 26 de maio, segundo a ONU.

Crianças soldados

A organização humanitária Human Rights Watch denunciou a tendência dos huthis de recrutar crianças, o que tem aumentado nos últimos meses, considerando que esta prática pode ser equiparada a "crimes de guerra". Segundo a HRW, as crianças constituem cerca de um terço dos combatentes huthis e de outros grupos armados no Iêmen.

Neste contexto, um cessar-fogo de cinco dias, renovável, foi proposto na sexta-feira pela Arábia Saudita com o objetivo de facilitar a entrega de ajuda humanitária à população civil, duramente atingida pelo conflito. Doze milhões de pessoas estão em insegurança alimentar, segundo a ONU.

Aliados dos huthis, os militares leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh foram os primeiros a receber favoravelmente a trégua e afirmaram que desejam aliviar o "sofrimento" dos iemenitas.

O mesmo motivo foi citado no domingo pelos huthis, que afirmaram estar dispostos a respeitar a trégua.

Antecipando um cessar-fogo, a ONU anunciou que se prepara para uma grande operação humanitária no Iêmen.

O Programa Mundial de Alimentos (PAM) disse estar pronto para fornecer alimentos de emergência para mais de 750.000 pessoas em áreas afetadas pelo conflito.

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