Pangolim em floresta na Ásia: chineses acreditam que as escamas do animal, um dos mais caçados do mundo, podem curar dores (Getty Images/Getty Images)
AFP
Publicado em 24 de setembro de 2020 às 14h21.
Última atualização em 24 de setembro de 2020 às 14h40.
O Vietnã está intensificando a luta contra o tráfico de pangolins, o mamífero mais caçado do mundo, suspeito de ter desempenhado um papel na transmissão do novo coronavírus aos humanos.
Nos primeiros seis meses de 2020, as prisões de traficantes de animais silvestres, principalmente de pangolins, aumentaram consideravelmente, segundo a ONG Educação para a Natureza no Vietnã (ENV).
Pelo menos 97% dos casos detectados pelas autoridades resultaram em prisões, em comparação com uma média de 87% nos anos anteriores. As apreensões estão aumentando significativamente.
"O Vietnã fez grandes avanços" no combate a esse crime, "fortalecendo seu arsenal legislativo", disse a organização.
Em 2018, o país revisou uma lei de proteção de espécies ameaçadas que aumenta as penalidades. Agora, este crime pode levar a penas de até 15 anos de prisão e a multas de mais de 550.000 euros (cerca de 642.000 dólares).
O Vietnã é um centro de consumo e tráfico ilegal de animais selvagens na Ásia, como pangolins, elefantes, tigres e ursos.
Na medicina tradicional chinesa, existe a crença de que as escamas do pangolim atuam na artrite, úlceras, tumores e dores menstruais, virtudes que nunca foram cientificamente comprovadas.
Entre 2014 e 2018, o equivalente a 370.000 pangolins foram apreendidos em todo mundo, o que sugere que milhões deles foram traficados e mortos, de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.