Armas: nova lei eleva de 18 a 21 anos a idade mínima para comprar armas no estado (Kevork Djansezian/Getty Images)
EFE
Publicado em 9 de março de 2018 às 21h55.
Miami - A Associação Nacional do Rifle (NRA) apresentou nesta sexta-feira um processo federal contra a lei de controle de armas sancionadas horas antes pelo governador da Flórida, Rick Scott, em resposta ao massacre de 17 pessoas do último dia 14 de fevereiro.
A NRA, que não informou a corte onde apresentou o processo, busca bloquear as restrições de idade para a compra de armas estabelecidas na Flórida por considerar que viola a Segunda Emenda da Constituição, que garante o direito a portar armas.
A lei, aprovada nesta semana pelo Senado e pela Câmara da Flórida, ambas de maioria republicana, eleva de 18 a 21 anos a idade mínima para comprar armas no estado, e impõe um período de espera de três dias para a maioria das compras de armas de longo alcance.
Scott afirmou hoje que a nova lei equilibra os direitos individuais com a necessidade de segurança pública e representa um "exemplo para todo o país" de que o governo pode atuar rápido.
A lei representa um desafio para a poderosa NRA, que tradicionalmente apoia campanhas políticas de republicanos por estarem alinhados com suas políticas.
A nova norma destina uma verba de US$ 400 milhões às medidas dirigidas a aumentar a segurança nas escolas, e autoriza que alguns funcionários das escolas portem armas nestes recintos, embora não seja obrigatório e com certas restrições.
A aprovação do projeto, o primeiro de controle de armas que chega a um governador da Flórida nos últimos 22 anos, ocorre três semanas depois do tiroteio em uma escola de ensino médio de Parkland, ao norte da Flórida.
A lei foi aprovada após a pressão de familiares das vítimas do tiroteio no instituto Marjory Stoneman Douglas, e do movimento que foi fundado por estudantes sobreviventes dessa escola conhecido como NeverAgain (Nunca mais).
Os jovens exigiram no último dia 21 de fevereiro no Capitólio da Flórida novas leis de controle às armas.
No último dia 14 de fevereiro, Nikolas Cruz, de 19 anos, comprou legalmente o fuzil semiautomático com o qual disparou na escola e matou 14 ex-companheiros e três professores.
Cruz foi indiciado nesta semana por um grande júri por 17 acusações de assassinato em primeiro grau e de outras 17 de tentativa de assassinato. Se for considerado culpado, o jovem pode ser condenado à pena de morte.