Carles Puigdemont: o governo espanhol alega que "não é admissível fazer uma declaração implícita de independência para depois deixá-la em suspenso" (David Ramos/Getty Images)
AFP
Publicado em 11 de outubro de 2017 às 09h04.
Última atualização em 11 de outubro de 2017 às 09h06.
A declaração de independência da Catalunha assinada nesta terça-feira pelo presidente regional, Carles Puigdemont, e os deputados independentistas foi um "ato simbólico", afirmou nesta quarta-feira o porta-voz do governo catalão.
O documento assinado constitui uma "República catalã como Estado independente e soberano", o que provocou grande confusão pouco depois de Puigdemont pedir, em um discurso no Parlamento regional, a suspensão da declaração de secessão para buscar um diálogo com o governo espanhol.
Mas a assinatura foi um "ato simbólico no qual todos assinamos que é nosso compromisso declarar a independência", disse o porta-voz Jordi Turull ao canal público catalão TV3.
"A declaração de independência tem que ser feita pelo Parlamento da Catalunha, coisa que não aconteceu no debate de terça-feira", completou.
O governo espanhol, liderado pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy, afirmou que "não é admissível fazer uma declaração implícita de independência para depois deixá-la em suspenso" e se reuniu nesta quarta-feira em caráter de urgência para estudar a resposta ao que considera um desafio.
"Estão examinando todas as opções", disse à AFP uma fonte govbernamental. Entre as possibilidades que estão sobre a mesa figura a suspensão da atual ampla autonomia da região, de 7,5 milhões de habitnates e governada por uma maioria independentista, mas dividida sobre a autodeterminação.
Puigdemont, que havia prometido proclamar a independência da Catalunha depois de anunciar a vitória no referendo inconstitucional de 1 de outubro, optou por adiar a medida para tentar iniciar um diálogo com o governo espanhol, sem informar os termos da negociação.
Apesar de ter afirmado que seu governo não impõe condições a Madri, o porta-voz regional Jordi Turull destacou que a princípio o diálogo deve ser "sobre a independência da Catalunha", sem mencionar nenhuma etapa prévia.