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Assessores afirmam que Israel não precisava matar Arafat

Principais assessores de ex-primeiro-ministro israelense asseguram que as acusações contra seu país pelo suposto envenenamento de Yasser Arafat são infundadas

Palestino segura bandeira com Yasser Arafat: em 2004 o líder palestino "já estava marginalizado", segundo assessores (Oleg Popov/Files/Reuters)

Palestino segura bandeira com Yasser Arafat: em 2004 o líder palestino "já estava marginalizado", segundo assessores (Oleg Popov/Files/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 07h53.

Jerusalém - Dov Weisglas e Raanan Guisin, dois dos principais assessores do ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, asseguram que as acusações contra seu país pelo suposto envenenamento de Yasser Arafat são infundadas porque em 2004 o líder palestino "já estava marginalizado".

Weisglas, homem de confiança de Sharon, explicou que entre 2001 e 2002 Arafat foi prejudicial para a política da região, "mas em 2004 já estava marginalizado na política palestina".

"Até onde eu sei, durante o período no qual eu estive à frente do Escritório do Primeiro-ministro, ninguém pensou em envenenar Arafat ou em causar algum dano físico", declarou ao site do jornal "Yedioth Ahronoth".

"Estava confinado na Muqata (sede da ANP em Ramala), afastado dos eventos, por isso que não havia nenhuma necessidade (de causar dano)", acrescentou.

Um relatório do Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne divulgado ontem pela rede catariana "Al Jazeera" confirmou que o histórico líder palestino foi envenenado com polônio.

Os cientistas, que corroboraram os resultados de outro laboratório em Moscou, acharam níveis de polônio-210, 18 vezes superiores ao normal nas amostras tomadas do corpo de Arafat.


Os achados deram novamente asas à teoria de conspiração sobre o envenenamento, com Israel no epicentro das acusações dos palestinos.

"Os assassinatos não são alheios à política palestina, não sei quem pôde ter interesse em matá-lo, claro que nós não tínhamos", assegurou Weisglas.

Por sua parte, Raanan Guisin, que fora porta-voz de Sharon e outro de seus homens mais próximos, assinalou que se trata de um tema recorrente nos meios de comunicação, que "voltam com uma frequência de cada seis meses".

"A única coisa que posso dizer é que a política de Sharon uma vez que Arafat adoeceu consistia em que (Israel) devia se separar dos eventos", afirmou.

O porta-voz assegurou que o então primeiro-ministro reiterou esta postura em todos os encontros daquela época com seus ministros e com os altos comandantes, e lembrou que foi Sharon quem autorizou sua saída à França para que pudesse receber tratamento médico.

"Ele se preocupou que os franceses o atendessem. Foi muito inteligente na hora de se separar e colocar os franceses", acrescentou.

Ontem, um porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores qualificou de "telenovela" a investigação ao redor da morte do líder palestino, realizada por três países.

"Isto não tem nada a ver com Israel, nem tem a mais mínima credibilidade. É outro episódio na interminável telenovela entre Suha Arafat e a Autoridade (Nacional) Palestina", disse à agência Efe o porta-voz da Chancelaria israelense, Yigal Palmor.

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