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Assessora admite que Trump não tem provas das escutas de Obama

No domingo, Conway se viu envolvida em uma polêmica ao mencionar a possibilidade de utilização de fornos de micro-ondas para espionagem

Donald Trump: "Não tenho nenhuma prova, mas é por isso que há uma investigação no Congresso", afirmou Conway (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: "Não tenho nenhuma prova, mas é por isso que há uma investigação no Congresso", afirmou Conway (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de março de 2017 às 15h58.

A polêmica conselheira da Casa Branca, Kellyanne Conway, admitiu nesta segunda-feira não ter qualquer tipo de prova de que o presidente Donald Trump tenha sido alvo de escutas telefônicas por parte de seu antecessor, Barack Obama, como denunciou o magnata semana passada no Twitter.

"Não tenho nenhuma prova, mas é por isso que há uma investigação no Congresso", afirmou Conway à cadeia de televisão ABC.

No domingo, a própria Conway se viu envolvida em uma polêmica espetacular ao afirmar, durante uma entrevista com o jornal USA Today, que havia "muitas formas de espionar" e até mencionou a possibilidade de utilização de fornos de micro-ondas para espionagem.

Nesta segunda, em declarações à rede CNN, Conway preferiu dar um claro passo atrás, alegando que se referia a técnicas gerais de espionagem e não a este caso específico, apesar de reiterar a admissão sobre a falta de provas.

"Não creio que tenha havido pessoas que usaram fornos de micro-ondas para espionar a campanha de Trump. Mas não é trabalho meu coletar evidências. Para isso existem as investigações", afirmou.

Visivelmente irritado sobre a pressão da imprensa sobre Conway por suas declarações, Trump recorreu a seu canal favorito, o Twitter, para enviar um claro alerta.

"É incrível como a imprensa pode ser grosseira com meus representantes, que trabalham tão duro. Seja mais gentis", tuitou o presidente.

Desde que Trump lançou, em 4 de março passado, a explosiva denúncia de escutas telefônicas em seu escritório na Torre Trump em Nova York durante a campanha eleitoral, a Casa Branca se encontra sob forte pressão para que apresente provas.

Durante o final de semana, o senador e ex-candidato presidencial John McCain, um verdadeiro peso pesado do Partido Republicano, disse, em uma entrevista, que Trump deveria apresentar provas em apoio a suas denúncias ou retratar-se publicamente.

O próprio porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, já tentou abaixar o tom da polêmica sobre a suposta espionagem da campanha de Trump, e o chefe do sistema de inteligência durante o governo de Obama, James Clapper, negou que tal operação tenha sido feita pelas agências sob seu comando.

Ao ser consultado no fim de semana se tinha razões para acreditar na possibilidade de uma escuta telefônica contra Trump, o influente presidente da Câmara de Representantes, o republicano Paul Ryan, simplesmente respondeu: "Não".

No início do mês, Trump pediu ao Congresso que investigue as escutas "com potencial motivação política" de seus telefones durante a campanha eleitoral de 2016.

Isso foi feito um dia depois que Trump usou o Twitter para acusar seu antecessor Barack Obama de grampear seus telefones antes das eleições de novembro, sem, no entanto, fornecer qualquer tipo de prova dessa acusação.

"Terrível! Acabo de saber que Obama fez escutas telefônicas na Trump Tower um pouco antes da vitória", tuitou o presidente às 5 horas da manhã de um sábado.

"Eu aposto que um bom advogado poderia levar adiante um caso pelo fato de que o presidente Obama grampeou meus telefones em outubro, antes da eleição!", insistiu Trump no Twitter.

O porta-voz de Obama, Kevin Lewis, rebateu a acusação imediatamente.

"Nem o presidente Obama nem nenhum funcionário da Casa Branca ordenaram espionar qualquer cidadão americano", afirmou Lewis, em nota à imprensa.

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