Mundo

Assessor de David Cameron se demite após negar crise britânica

Político que atuou no governo de Thatcher, na década de 1980, disse que as pessoas em seu país nunca estiveram tão bem quanto no começo da recessão

Lord Young of Graffham: Cameron afirmou que o político pediu desculpas pelas declarações (Wikimedia Commons)

Lord Young of Graffham: Cameron afirmou que o político pediu desculpas pelas declarações (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2010 às 14h37.

Londres - O primeiro-ministro britânico David Cameron aceitou nesta sexta-feira a demissão de um de seus novos assessores que provocou uma grande polêmica nesta época de austeridade econômica ao dizer que os britânicos nunca estiveram economicamente tão bem, anunciou Downing Street.

Lord Young of Graffham, que ocupou as pastas do Emprego e do Comércio e Indústria nos governos de Margaret Thatcher nos anos 80, afirmou na quinta-feira ao Daily Telegraph que a histórica da redução das taxas de juros para incentivar o consumo durante a recessão beneficiou seus compatriotas.

"A ampla maioria das pessoas no país hoje nunca esteve tão bem desde o começo desta chamada recessão", afirmou o Lord conservador de 78 anos nomeado assessor econômico de Cameron em 1o. de novembro.

Depois acrescentou que, daqui a algum tempo, quando as pessoas olharem para trás, se perguntarão por que houve tanto alvoroço por causa crise.

O gabinete do premier não demorou a reagir aos comentários, que classificou de ofensivos e inexatos, sem, no entanto, pedir sua renúncia.

Indagado a respeito, Cameron disse que o Lord se retratou e pediu desculpas.

"Ele disse claramente que não falou em nome do governo", explicou.

Poucas horas depois, no entanto, um porta-voz de Downing Street indicou que Lord Young of Graffham apresentou sua demissão e o primeiro-ministro aceitou.

O governo de David Cameron apresentou em outubro um drástico plano quadrienal para poupar 81 bilhões de libras (130 bilhões de dólares), que poderá eliminar cerca de meio milhão de empregos públicos.

Acompanhe tudo sobre:DemissõesDesempregoEuropagestao-de-negociosPaíses ricosPolíticaReino Unido

Mais de Mundo

Biden chama mandado de prisão para Netanyahu e Gallant de “ultrajante”

Trump escolhe ex-procuradora-geral da Flórida como secretária de Justiça

Qual visto é necessário para trabalhar nos EUA? Saiba como emitir

Talibã proíbe livros 'não islâmicos' em bibliotecas e livrarias do Afeganistão